Desculpem pelo textão, mas perto da abertura oficial da campanha eleitoral mais importante desde o fim da ditadura militar, e apesar de já ter passado algum tempo do encontro, ainda vale um pouco de reflexão sobre o muito do que falou Lula na Fiesp a respeito do projeto nacional que propõe para o Brasil.
Sim, Lula sempre foi muito inteligente e já demonstrou que sabe comandar a política econômica pois conhece os nexos necessários ao crescimento da economia: investimento público, geração de empregos e ampliação do mercado interno e externo.
Mas Lula não falou na Fiesp para mostrar a sua inteligência e capacidade de articulação política, ou para demarcar a sua diferença abismal com o mentiroso e fanfarrão Bolsonaro. Ele foi lá como um verdadeiro estadista para defender um novo modelo econômico-social de desenvolvimento. Um modelo garantido pelo Estado democrático de direito com participação popular, apoiado no Estado de bem-estar social, cujo crescimento econômico é direcionado pelo planejamento e ações do Estado estimulando os investimentos privados produtivos.
Na Fiesp Lula defendeu o pacto social e produtivo do Estado, dos trabalhadores, dos empresários e das universidades para investir em nichos competitivos internacionalmente sem excluir o agronegócio avançado e respeitador do meio ambiente.
Um modelo econômico que aposta nos setores de ponta com a força articulada do planejamento do Estado, dos investimentos produtivos da inciativa privada, dos avanços da educação de qualidade e inclusiva e da ciência e tecnologia desenvolvidas pelas universidades. Um “combo” do desenvolvimento nacional que somente um presidente de esquerda, como Lula, de origem operária, compromisso democrático e popular e sentimento nacionalista de corte anti-imperialista poderia liderar e criar a governabilidade necessária para a sua execução pelo conjunto da Nação.
Lula mostrou para os empresários como ser patriota de fato e não de frases de efeito. Ele demonstrou preocupação com a China, não do ponto de vista ideológico mas porque seus investimentos controlam vários setores da economia nacional. Os chineses produzem aqui o que sabemos fazer e podemos fazer de novo, disse Lula, manifestando o seu nacionalismo sadio, defensor dos interesses nacionais.
E disse isso depois de a reafirmar a sua ideia chave de que o povo é solução e não problema. Lula foi direto ao prometer aos empresários o que eles mais gostam de ouvir: o aumento de seus lucros com a expansão do mercado consumidor interno e externo, mas obtido principalmente pela geração de empregos e de investimentos públicos.
Claro que nada disso será feito sem luta nem conflitos sociais, apenas por “obra e graça” da ampla unidade da atual frente democrática, onde os banqueiros e muitos empresários só querem se livrar de Bolsonaro, depois de o terem usado bastante em prol de seus interesses mesquinhos de classe.
A contradição entre o rentismo do capital financeiro e o investimento produtivo público e privado para impulsionar o desenvolvimento estará no âmago da política nacional a partir da posse de Lula.
Portanto, diferentemente de 2002, quando o neoliberalismo era absoluto no Brasil e no mundo e Lula tinha que provar para que veio, nessa eleição ele lidera como estadista, sendo respeitado no mundo e reconhecido internamente como governante competente e o melhor presidente da história do Brasil.
Vinte anos depois, nas eleições de 2022 Lula também prioriza a questão social, mas a coloca como parte integrante do novo modelo econômico de desenvolvimento a ser gerido por uma democracia com participação popular, pois não existe democracia de fato onde o povo passa fome e não tem seus direitos respeitados.
Além desse aspecto fundamental, é importante destacar que atualmente o neoliberalismo perde força no mundo em consequência da crise econômica do 2008 e da pandemia da Covid, embora ainda seja defendido dogmaticamente pelo setor financeiro e seus economistas orgânicos e pela mídia corporativa.
Mas o fato significativo é que Lula está percebendo a abertura de espaços internacionais para o desenvolvimento soberano do Brasil gerados em grande medida pela crescente afirmação do novo mundo multipolar.
Finalizando, a luta pela democracia, contra a desigualdade social e pelo desenvolvimento econômico inclusivo e ecológico são pontos inseparáveis onde um não pode existir sem o outro. Sem conquistarmos a democracia não tiraremos o povo da fome e muito menos teremos condições de conquistar o governo capaz de realizar um novo modelo econômico-social de desenvolvimento.
Na campanha eleitoral Lula vai traduzir o significado concreto da Carta para o povo, mostrando que não há democracia de fato se o povo passa fome e não tem direito à saúde, educação, moradia e emprego. Dirá sobretudo que o prazo de validade das “bondades” de Bolsonaro só vai até o próximo dezembro, pois visa somente comprar o voto do povo. Ao lado de nossas propostas para reconstruir o país, combatermos esse engodo eleitoral é essencial para a contenção de danos no eleitorado popular pró-Lula.
Mas é importante considerar que a enorme adesão à Carta mostra que a sociedade civil, inclusive parte dos banqueiros e do grande empresariado, está convencida a votar no Fora Bolsonaro. Agora cabe à militância dos partidos de esquerda e dos movimentos sociais ocuparem as redes e as ruas para fazer a campanha do Volta Lula junto ao eleitorado popular, sem deixarem de insistir no voto da chapa completa, isto é, Lula na cabeça e o voto nos governadores, senadores e deputados federais e estaduais de esquerda e progressista.
“A defesa da democracia deve ser a luta material pelo direito ao pão e à poesia” – fala da presidenta do Centro Acadêmico XI de Agosto no Ato da leitura da Carta.
(*) Por Val Carvalho, escritor e militante de esquerda
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