No domingo (13), Naftali Bennett saiu vitorioso da votação legislativa, se tornando assim o novo premiê de Israel e, ao mesmo tempo, colocando fim a 12 anos de liderança de Benjamin Netanyahu.
Agora, Bennett terá a árdua tarefa de governar um país bastante fustigado pelo conflito de décadas entre israelenses e palestinos, junto com uma coalizão de governo bastante hetrogênea tanto a nível político como religioso.
Mohammad Shtayyeh, primeiro-ministro palestino, não se apresenta muito otimista com o futuro do novo governo israelense. “Não vemos este novo governo como menos ruim do que o anterior, e condenamos os anúncios do novo primeiro-ministro Naftali Bennett em apoio aos assentamentos israelenses”, referindo-se aos vários milhares de cidadãos israelenses judeus que passaram a ocupar propriedades na Cisjordânia, anteriormente pertencentes a famílias palestinas árabes, reporta o The Guardian.
“O novo governo não tem futuro se não tiver em consideração o futuro do povo palestino e seus direitos legítimos”, acrescentou Shtayyeh, citado pela mídia britânica.
Ex-dirigente de um pequeno partido ultranacionalista favorável aos assentamentos judeus, o novo primeiro-ministro já teria descartado a existência de um Estado palestino, e quer que Israel mantenha o controle sobre as terras que ocupa. De igual modo, o mesmo também teria instado que o Estado hebraico fosse mais duro em sua resposta aos ataques de foguetes vindos de Gaza.
Vários líderes já parabenizaram Bennett, tendo alguns enfatizando a importância de buscar a paz com a Palestina e terminar com a ocupação de seus territórios por Israel. Entre eles, o premiê do Canadá, Justin Trudeau, declarou que Ottawa “se mantém comprometida com a solução de dois Estados, com israelenses e palestinos vivendo em paz, segurança e dignidade – sem medo e com seus direitos humanos respeitados”, citado pelo The Guardian.
Da parte da Casa Branca, nos EUA, em uma chamada telefônica, o presidente Joe Biden também felicitou o novo líder israelense, mas “comunicou que sua administração pretende trabalhar em estreita colaboração com o governo israelense nos esforços para promover a paz, segurança e prosperidade para israelenses e palestinos”, citado pela mídia. Afinal, nas palavras do próprio presidente norte-americano, “Israel não tem melhor amigo para além dos EUA.”
Bennett lidera, segundo o mesmo, um “governo de mudança” que se autodenomina uma mistura de políticos ideologicamente opostos, de judeus nacionalistas religiosos de linha dura, e um pequeno partido islâmico árabe, cujo líder, Mansour Abbas, é visto como uma entidade pragmática.
Comandar um país já instável com tal coalizão será um desafio, mas seu primeiro grande teste será nesta terça-feira (15), quando uma parada de judeus nacionalistas de extrema-direita marchar, conforme seu programa, pelos bairros palestinos de Jerusalém.
Do site Sputnik Brasil