Diante do grande número de informações recebidas pela sociedade brasileira sobre o combate à pandemia do coronavírus, salta aos olhos como em diferentes países as forças militares têm sido utilizadas de modo intenso e humanitário para promover proteção ao povo, diante das insuficiências dos diferentes sistemas de saúde. No caso brasileiro, não temos registrado o engajamento sistemático do Batalhão de Engenharia do Exército para suprir lacunas enormes de infraestrutura, sobretudo nos bairros mais humildes, carentes de sistemas de água encanada, de saneamento básico, de coletas de lixo etc.
Tal como já informamos, os Exércitos do Irã, da Argentina e da Venezuela estão fazendo trabalho intenso junto aos seus respectivos povos, montando hospitais, fazendo testes nas favelas, fabricando respiradores e máscaras, distribuindo alimentos. Assim, causa estranheza que o Batalhão de Engenharia do Exército nacional, que tem equipamento, treinamento e disciplina exigidos para situações calamitosas, não esteja em campo, agindo em defesa do povo.
Observa-se como nas comunidades pobres, uma movimentação solidária cresce, entre os próprios moradores, tem produzido máscaras, distribuído alimentos, montado cozinhas coletivas, mas sem as condições suficientes para a instalação de sistemas de abastecimento de água e de coletas de lixo, problemas crônicos, que podem receber soluções criativas por parte do Batalhão. O que falta é claramente uma decisão superior, visto que o próprio presidente da república não acredita existir uma pandemia e, assim, não demonstra empenho, sensibilidade e vontade de colocar todos os meios disponíveis para salvar vidas.
Com efeito, é indispensável e legítimo que os movimentos sociais, Sem Teto, Central Única de Favelas e outros convoquem o Batalhão de Engenharia do Exército, pois a situação macabra que já enluta a cidade de Manaus, em breve, segundo os especialistas, poderá ocorrer também em várias cidades. É preciso se antecipar a isso. Em Manaus, é urgente que centrais sindicais, empresários, partidos políticos, universidades, façam um chamado para que a Marinha ancore ali seus Navios Hospitais e realize um grande Mutirão pela Vida.