A pandemia de Covid-19 continua avançando rapidamente no país, mas muitas pessoas, inclusive o presidente Bolsonaro, não acreditam na sua gravidade. Assim como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Bolsonaro quer desesperadamente encontrar um medicamento, uma vacina ou algum outro tipo de remédio para se livrar da pandemia num passe de mágica. Trump chegou a sugerir que produtos de limpeza, tipo água sanitária, poderiam funcionar para matar o vírus. E, acreditem, muitos americanos se intoxicaram tomando tais produtos.
No Brasil, em 24 horas, do dia 8 de maio ao dia 9, foram registradas 730 mortes pela doença, segundo o Ministério da Saúde. Chegamos a 10.627 óbitos e a mais de 135 mil casos confirmados. Mas os epidemiologistas alertam que esses números não refletem a realidade, pois muitos casos não são identificados e muitos pacientes morrem e são enterrados sem ter feito o teste de confirmação da Covid-19.
Para chegar aos dados reais, teríamos que multiplicar os casos por 12, o que resultaria mais de 1,5 milhão de casos; e as mortes por 7, o que conformaria cerca de 64 mil óbitos. Os meses de maio e junho serão mais dramáticos, pois os casos se aceleram. O anunciado colapso do SUS já é realidade no Amazonas, no Pará, no Maranhão, no Ceará, em Pernambuco e no Rio de Janeiro.
Tentando diminuir o número de casos, muitos lugares já decretaram o “lockdown”, que é um isolamento muito mais rigoroso: estradas são bloqueadas, ninguém pode sair de casa nem da cidade, não pode andar na rua, em praças ou praias, a não ser para algumas compras essenciais, como alimentos ou remédios.
Governadores e prefeitos reclamam da omissão do Governo Federal. O ministro da Economia, Paulo Guedes, covardemente condiciona a ajuda aos estados e municípios à aprovação do congelamento de salários dos funcionários públicos. Nosso Presidente estimula a organização e participa de carreatas e manifestações de rua contra a democracia, incentivando as pessoas a sair do isolamento.
E o Brasil não tem um plano para enfrentar a pandemia. O SUS, há tempos, foi abandonado.
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