Depois de uma semana de recolhimento desde que assumiu o cargo, o novo ministro da saúde finalmente reapareceu e mostrou a que veio.
Na reaparição, Nelson Teich confirmou que tem todas as credenciais para ser um ministro sob medida para o necro-governo do genocida Bolsonaro [aqui].
Continua difícil, por enquanto, entender quais foram as motivações pessoais e profissionais – ou os interesses negociais – que levaram Nelson Teich a aceitar ficar encaixotado dentro do pacote fechado que Bolsonaro lhe impôs.
Ele ganhou o cargo assumindo de antemão o compromisso de implementar a estratégia genocida previamente definida, e de ser tutelado por um general como seu vice-ministro – ou o general como o ministro real, enquanto ele, como “médico” [ou empresário da saúde privada], empresta um verniz técnico à operação.
É certo, entretanto, que a ciência, as melhores experiências internacionais para o combate da COVID-19 e as normas científicas da OMS foram totalmente descartadas pelo novo titular do ministério da Saúde [ou ministério da Morte].
Na 1ª entrevista desde seu desaparecimento a la Queiroz, Nelson Teich recitou direitinho o plano do governo. E este plano não é nada alentador: consiste em começar a flexibilização do isolamento social e em submeter a população a um “darwinismo sanitário”, até expor 70% da comunidade ao contágio.
Esta opção, como a experiência internacional ensina, poderá produzir centenas de milhares de cadáveres. Uma vez exponenciada, a propagação do vírus somente será contida depois de muita devastação produzida, quando será tarde demais para conter os efeitos desta opção irresponsável e criminosa.
A Inglaterra, país que conteve a tempo esta estratégia estúpida adotada inicialmente por Boris Johnson, só não viveu uma hecatombe sanitária graças à resposta eficiente do seu sistema de saúde pública, o NHS [National Health Service, o Serviço Nacional de Saúde, em inglês], o equivalente do SUS no Brasil.
Outro dia, na saída do Alvorada, durante seus habituais vômitos para a matilha bolsonarista, Bolsonaro interrompeu um repórter que queria saber a respeito das estatísticas de infectados e mortos pela infecção por coronavírus e respondeu: “Ô, ô, ô, cara. Quem fala de …. eu não sou coveiro, tá?”.
Neste aspecto, Bolsonaro está coberto de razão. Ele não é o coveiro. O coveiro é o Nelson Teich.
Ele, Bolsonaro, é o carniceiro que tem uma incontrolável pulsão pela morte.