Ministro da Educação participa de ato fascista, xinga ministros do STF, é multado por não usar máscara e tem pedido de prisão protocolado na Justiça
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi multado em R$ 2 mil pela Agência de Fiscalização do Distrito Federal por não usar máscara em lugar público. O local da ocorrência teria sido perto do Ministério da Agricultura, na Esplanada dos Ministérios, onde o ministro esteve nesse domingo. Segundo a assessoria do governo do DF, a notificação foi entregue nesta segunda-feira ao protocolo central do Ministério da Educação.
No domingo, o ministro, sem usar máscara, tirou fotos e gravou vídeos com apoiadores do governo do presidente Jair Bolsonaro que estavam na Esplanada dos Ministérios, em um acampamento desmontado pelo governo do DF. Mas, além de Weintraub, algumas pessoas também não usavam proteção facial.
Na ocasião, o trânsito de veículos e pedestres na Esplanada estava proibido pelo governo local. A medida foi para evitar aglomerações decorrentes de protestos que ocorrem há vários domingos, a favor do presidente Jair Bolsonaro. Apenas autoridades e servidores públicos federais identificados e em serviço poderiam circular na região central de Brasília.
Lembrando que no Distrito Federal, o uso da máscara em locais públicos é obrigatório desde 30 de abril. Já as multas são aplicadas desde 18 de maio. Em alguns casos, pode haver prisão de até um ano. Segundo a Secretaria DF Legal, além de Weintraub, outras duas pessoas foram multadas desde o início da fiscalização por não usarem máscaras. Outras 62 mil foram abordadas pelo uso incorreto do equipamento de proteção.
O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que o ministro se mostrou “autoritário e ignorante” ao reiterar ataques aos ministros do STF, chamando-os de “vagabundos”. “[Weintraub] é um dos maiores irresponsáveis da República. Mesmo com o Brasil vivendo uma pandemia, saiu sem máscara e participou de ato com bolsonaristas. Weintraub, mais uma vez, atacou o STF e distribuiu ódio e preconceito”, lamentou o senador.
O líder do PSB, Veneziano Vital do Rêgo (PB), também criticou as falas de Weintraub, e lembrou que o ministro disse que o país não deveria investir dinheiro público na formação de sociólogos, antropólogos e filósofos. Para Veneziano, a afirmação foi “obtusa e preconceituosa”.
Já o senador Randolfe Rodrigues (DEM-AP) foi mais além do que somente criticar. Nesta segunda-feira (15), ele protocolou no STF um pedido de prisão preventiva ou temporária de Weintraub.
“Não se pode permitir, de forma alguma, qualquer tipo de ameaça contra a democracia e contra minorias. O ministro precisa se compor e aceitar que está sob a égide do Estado Democrático de Direito. Não há espaço para ameaças às instituições e à Constituição Federal”, diz Randolfe no pedido.