Não é só Marine Le Pen. Nos próximos dias, nas próximas semanas e possivelmente nos próximos meses e até nos próximos anos o mundo terá de encarar e enfrentar o perigo Elon Musk, o americano que em dólar é o bilionário mais rico do mundo, mas calculado em moeda brasileira já é o primeiro trilionário da história, dono de mais de um trilhão de reais.
Relativamente a sua candidatura anterior, Marine avançou bem no primeiro turno da eleição presidencial francesa e deu início a sua campanha do segundo turno com manifestações que podem atrair eleitores não só de outros candidatos de direita como também centristas e até – segundo a avaliação de observadores bem situados – do candidato de esquerda mais votado, Jean-Luc Melanchon, que ficou em terceiro lugar com 22% dos votos, bem perto dos 23,1% de Marine.
Tão surpreendente previsão se explicaria pela mesmice das propostas neoliberais do Presidente Emmanuel Macron, cuja prioridade é a mesma e eterna obsessão dos neoliberais brasileiros modelo Avenida Faria Lima, a catedral de nossa mediocridade reacionária. Ao lado de iniciativas de campanha simpáticas à esquerda ecológica, como a visita a uma plataforma de geração eólica de eletricidade, Macron insiste em aumentar de 62 para 65 anos a idade mínima para aposentadoria pela Previdência Social pública.
Como alternativa, ele chega a admitir a redução desse limite de 65 anos para … 64. Le Pen, enquanto isso diz que pode estabelecer em 60 anos a idade mínima, para quem tenha entrado muito cedo no mercado de trabalho. Ela também faz acenos em relação ao aumento do custo de vida e do preço dos combustíveis, com o mesmo caradurismo de Bolsonaro ao culpar a Petrobrás por uma política de preços implantada pelo governo Temer e mantida no seu. (Ainda na quarta-feira, a assembleia geral de acionistas da Petrobrás, na qual o governo tem maioria de votos, aprovou a distribuição em dividendos de um lucro de 100 bilhões verificado em 2021.)
O mais provável na França pode ser a reeleição de Macron, uma reeleição por exclusão, para evitar o mal maior que seria a vitória de Marine Le Pen logo depois de o sinistro Victor Orbán conquistar novo mandato na Hungria e meses antes de uma eleição nos Estados Unidos que talvez dê a maioria no Congresso aos republicanos cada vez mais submissos a Donald Trump.
Mas aos perigos presentes no plano eleitoral em escala mundial acrescenta-se agora uma inédita ameaça no universo incontrolável na internet, a possibilidade de compra de todas as ações e do controle total do Twiter pelo bilionário/trilionário Elon Musk, que se proclama o absolutista da liberdade de expressão e está disposto a investir nessa aventura mais de 40 bilhões de sua fortuna de 240 bilhões de dólares.
Elon Musk nem deve saber o que é absolutismo, mas diz claramente que quer abolir do Twiter todos os mecanismos de moderação e controle ajustados ao modelo que atualmente mantém Trump fora de ação nas principais redes sociais.
No Brasil sabemos o que aconteceu nessas redes na campanha presidencial de 2018 com o despejo em massa das fake news do Kit Gay e da mamadeira erótica – e já podemos avaliar a tonelagem do que está a ser concebido no gabinete do ódio nominalmente comandado pelo filho 02 mas evidentemente alimentado e monitorado de longe, pela holding internacional que agora se expande com o projeto de Elon Musk.
Pode parecer que pertence a uma teoria conspiratória da história imaginar que existe e atua um denominador comum entre acontecimentos e processos tão distantes um do outro geograficamente e até politicamente. Mas a aldeia global de décadas atrás, hoje transformada em aldeia digital, tem comportado com a maior naturalidade fenômenos tão insólitos como a ascensão ou possibilidade de ascensão ao poder governamental e ao controle de entidades como o Twiter de figuras como Trump, como Bolsonaro, como Orbán, como Le Pen e como Elon Musk.
E ninguém inventou, aconteceu de fato o desafio de Musk a Vladimir Putin para decidirem no braço o desfecho da guerra na Ucrânia. A julgar por esse fato, não fakenews, o que pode Musk fazer com o controle dos algoritmos do Twiter?
(*) José Augusto Ribeiro – Jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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