A Polícia Federal tem tentado identificar outras três pessoas que teriam participado do plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O trio fazia parte de um grupo no aplicativo de mensagens Signal chamado “Copa 2022”, usado para organizar a trama golpista.
Os integrantes do grupo usavam como codinome um país para ocultar a identidade. Segundo a Folha de S.Paulo, a PF já conseguiu associar parte dos nomes aos suspeitos, mas ainda há dúvidas sobre quem usou, por exemplo, o nome “Argentina 2”.
A linha telefônica associada ao codinome foi cadastrada com dados de uma pessoa que mora em Patrocínio (AL) e não tem ligação com o plano golpista. Uma segunda, ligada a um membro chamado “Brasil” foi cadastrada em Salvador (BA) e também não pertence a um dos militares golpistas.
Na última terça (19), a PF prendeu quatro militares e um policial federal que teriam preparado o plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes. Os alvos da ação foram o general da reserva Mario Fernandes, os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares.
A corporação identificou que Oliveira usava o codinome Japão. Os investigadores cruzaram dados de localização de aparelhos celulares, arquivos em HDs e computadores dos suspeitos para obter os diálogos do grupo “Copa 2022”.
A PF também apura se Flávio Dino, ministro do STF, também era alvo dos golpistas. Além dos nomes de países para se referirem uns aos outros, eles também usavam codinomes para falar sobre os alvos.
Investigadores já identificaram que Lula era chamado de “Jeca”, Alckmin de “Joca” e Moraes de “Professora”. Há um quarto codinome usado no documento, “Juca”, que cita apenas uma “iminência parda do 01 e das lideranças do futuro gov”.
Os documentos encontrados apontam que a morte de “Juca”, após os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes, “desarticularia os planos da esquerda mais radical”.
O plano golpista ainda previa, além do assassinato, a instalação de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, que seria comandado pelos generais Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa.