Vale tudo por uma prefeitura
O prefeito Carrinho Cidreira, do PL, vestiu vermelho, aliou-se a uma comunista e, com o apoio do PT, reelegeu-se prefeito de Viana, no Maranhão, cidade de cerca de 50 mil habitantes.
Coalizões bizarras não são incomuns no interior: a de Carrinho reuniu PL, PCdoB, Patriotas, Pros, PT e PSB.
O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a fazer campanha por aliados no interior do Maranhão este ano.
Bolsonaro prometeu em Imperatriz voltar ao poder em 2026 e vestiu a camiseta amarela do Republicanos com o número 10, ao lado da primeira dama Michelle.
Michelle e a senadora Damares Alves, que também estava presente, fizeram um grande esforço para eleger mulheres conservadoras para prefeituras este ano.
A dupla se apresenta como defensora da família e dos valores cristãos.
No entanto, o ecumenismo do PL não rejeitou a “diabólica” foice e martelo em outra cidade.
22 com foice e martelo
Em Viana, que fica a 500 quilômetros de Imperatriz, o economista Carrinho Cidreira estampou o 22 do Partido Liberal em camisetas vermelhas, a cor da campanha. Ele participou de eventos em que partidários exibiam a foice e o martelo da vice Regina Machado, filiada ao PCdoB, o rosto do presidente Lula e a estrela do PT.
Além de Viana, o PT deu apoio a outros nove candidatos do PL, que se elegeram nas cidades de Luís Domingues, Estreito, Bom Jardim e Pio XII, Maranhão; Areia Branca e Itabaiana, Sergipe; Ipiranga e Três Barras, Paraná; e Ariranha, São Paulo.
Já o PL apoiou a candidata petista que venceu em Brejo, no Maranhão. Thamara Castro foi eleita com 12.186 votos, liderando a coalizão “Com o Deus e o povo, unidos venceremos”, formada por PT, PCdoB, PV, PP, Republicanos, PL, PRD, União Brasil, PSDB e Cidadania.
PL e PT unidos
Houve uma única chapa PL-PT bem sucedida: em Estreito, cidade de 35 mil habitantes, o liberal Léo Cunha obteve a reeleição tendo como vice a petista professora Irenilde.
A chapa teve apoio do deputado federal comunista Márcio Jerry, mas neste caso foi ele quem vestiu a camiseta azul do 22, o Partido de Jair Bolsonaro.
O prefeito, que na verdade se chama Leoarren Túlio de Sousa Cunha, está sob investigação por ter promovido um show de Mahnu Batidão durante a pré-campanha, pelo qual pagou R$ 190 mil em dinheiro público.
Durante o evento, dançarinos simularam sexo entre si e o prefeito, filiado ao partido de Jair Bolsonaro, subiu ao palco e bebeu o que foi chamado de “cachaça com maconha”. Depois de passar um lenço sobre seu órgão sexual, a cantora ofereceu a peça de tecido molhada ao prefeito, que vibrou.
O MPE do Maranhão entendeu que o evento, aberto a menores, teve “incitação ao uso de drogas” e também infringiu a lei por ter sido contratado sem licitação.
O prefeito defendeu-se dos que o definiram como “candidato da suruba” dizendo que foi o show mais bem sucedido da História de Estreito. Ele foi reeleito com 44% dos votos (8.948).
Maia, sua adversária bolsonarista-raiz, que concorreu pelo Republicanos, esteve no encontro com Bolsonaro, Michelle e Damares, vestiu a bandeira brasileira e ainda fez o M de Marçal. Ela teve 545 votos.