Em luta por melhores salários, trabalhadores da multinacional Samsung Electronics iniciaram esta segunda-feira uma greve de três dias no país asiático, exigindo também melhores condições
À chuva, mais de 6000 trabalhadores sindicalizados do gigante electrónico sul-coreano ergueram os punhos e gritaram palavras de ordem junto a uma fábrica nos arredores da capital, no contexto da que é considerada a maior acção de luta na empresa em 55 anos, refere o portal bloomberg.com.
A manifestação foi promovida pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Samsung Electronics (NSEU, na sigla em inglês), a maior estrutura sindical no maior fabricante de chips a nível mundial, à entrada de uma das instalações industriais da empresa na cidade de Hwaseong, a menos de 50 quilómetros de Seul.
Com faixas vermelhas na cabeça onde se podia ler «greve total», os trabalhadores incentivaram os seus colegas à luta, depois de as negociações relativas a aumentos salariais e férias terem falhado em Junho – mês em que teve lugar um primeiro dia de paralisação.
Son Woo-mok, presidente do NSEU, disse à imprensa que os trabalhadores participaram no protesto com a determinação de que é «agora ou nunca», tendo acrescentado que vão continuar a lutar até que a empresa mude de atitude.
O dirigente sindical disse ainda que pretendem enviar uma mensagem à empresa «interrompendo a produção».
Desde o início do ano, sindicatos e patronato realizaram várias rondas de negociação, mas sem chegar a acordo sobre aumentos salariais, férias e prémios. Em Março, os trabalhadores rejeitaram uma proposta de aumento salarial de 5,1%, refere a AFP.
O NSEU, com mais de 30 mil trabalhadores filiados, apelou à mobilização e à participação na greve, cuja força a Samsung tentou esbater ao anunciar, na quinta-feira passada, prémios relacionados com o desempenho do primeiro semestre para a equipa de semicondutores.
Outro aspecto crucial nesta luta relaciona-se com os prémios ligados aos lucros da Samsung, que os trabalhadores das unidades de chips não receberam em 2023 e que, segundo revela a bloomberg.com, temem não receber este ano novamente, mesmo que a sua unidade volte aos lucros.
Na empresa, os prémios representam uma parte significativa da remuneração que os trabalhadores auferem, pelo que perdê-los pode implicar uma redução substancial nos rendimentos. O sindicato exige à empresa maior transparência na atribuição desses prémios.