Diante do vasto noticiário sobre as tentativas de assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o Ministro do STF. Alexandre de Moraes ouvimos poucas vozes das autoridades.
Por que se calam?
Mas vem do Sul, do governador rio-grandense Eduardo Leite (PSDB) uma voz de lucidez.
Ele defende ainda uma “punição rigorosa” aos envolvidos no plano. “Comprovados os indícios, todos os envolvidos nesta trama, em todos os níveis, precisam receber uma punição rigorosa. Qualquer ação que vise desestabilizar nosso sistema democrático deve ser severamente combatida”, acrescentou o tucano.
NA CONTRAMÃO DA DEMOCRACIA
Poucos discursos, alguns do PT e Boulos, e a contramão dos representantes do fascismo apareceu.
Falam de “conversa fiada” o Coronel Chrisóstomo (PL-RO), Luiz Lima (PL-RJ), e é claro o gaúcho pimpão Bibo Nunes, também do PL.
Pois, a coragem destes parlamentares de não repudiarem, mas defender o indefensável.
Pior de tudo isto, foi a fala do filho de Bolsonaro no Senado, Flávio Bolsonaro, que ameaçou mais uma vez Alexandre de Moraes, caso não houvesse anistia para os golpistas de 8 de janeiro.
SEM ANISTIA
Faço eco ao Ministro Alexandre quando diz que o nível da “agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”.Estes são os males que assolam o país desde o golpe contra a presidente Dilma.A discordância das instituições levando agressivamente aos ataques de ódio às pessoas, algo só visto nos tempos do nazismo na Alemanha.A América Latinha vivera este terror de Estado, dos bandos de assassinos em nome de suas posições, contra a democracia no Chile, Argentina, Uruguai e Brasil.
“HOMO RES SACRA HOMINI”
Neste momento tenebroso de descobertas de golpes e planejamento de mortes de um presidente leito, temos que nos lembrar do General Flores da Cunha, do Rio Grande do Sul.Ao saber da morte de Adão Latorre, o adversário maragato que ficou famoso pelas degolas de 1893-95, Flores da Cunha tinha como princípio o respeito pelas pessoas: “o homem é sagrado para o homem”. Ordenou que seu corpo fosse respeitado.E outro gesto nobre dele foi com a rendição de Honório Lemes, este iria lhe entregar as armas, ao que Flores teria dito:– “Não quero suas armas, general Lemes. Não se tira as armas de um general gaúcho”.Ou seja, “o homem é sagrado para o homem”.
PÓR QUE SE CALAM?
Por isso, volto à carga, com uma pergunta que qualquer democrata em outros tempos faria: “por que se calam”?
(*) Por ADELI SELL, professor, escritor e bacharel em Direito.
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