Terceira capital do Estado do Rio Grande do Sul. Começamos por Rio Grande, Viamão e desde 1773, Porto Alegre é a capital.
Porto Alegre é de múltiplas origens e formação: açorianos, portugueses e espanhóis se misturaram e pelearam com os indígenas, vindo bandeiras com negros escravizados.
Porto Alegre tem forte formação dos povos originários da África, a maior parte eram escravizados.
Em 1814, quase metade da pequena vila era de negros.
Porto Alegre é negra. Porto Alegre é açoriana. Mas aí vieram os alemães, italianos, poloneses, judeus de vários países, palestinos do Líbano e região, orientais etc.
Porto Alegre é plural, multifacetada.
Já teve sua belle époche pelos anos 30 a 50. Teve uma arquitetura exuberante, com forte marca dos alemães, mas perdeu muito deste patrimônio para a ganância capitalista.
Porto Alegre não aderiu aos farrapos, pelo contrário foi imperial.
Porto Alegre pouco sofreu com as degolas da Guerra Civil de 1893-95. Passou ao largo as brutalidades de 1923, entre chimangos e maragatos.
Porto Alegre já teve ares parisienses, com cafés encantadores.
Porto Alegre soube ser vanguarda no ensino da medicina e da engenharia.
Porto Alegre foi um centro cultural fortíssimo, com a Editora Globo, publicando o que havia de melhor aqui e no mundo.
Porto Alegre ficou no espelho do mundo com o Fórum Social Mundial.
E hoje? 253 anos se passaram. Estamos mais tristes do que nunca. Teve o Covid e teve a enchente. A maior de todas.
Nos últimos anos uma nova onda migratória está levando gentes embora. Vão usufruir de sua aposentadoria nas praias catarinenses, drenando recursos que nos fazem falta.
Jovens vão embora para a Austrália.
O GreNal e bacana quando se joga e não se pratica a estupidez que a TV mostrou.
Não mais degolamos adversários, mas aqui se age como chimangos e maragatos.
Mas não vamos perder a ternura jamais para o que fomos e o que podemos ser: uma capital de todos e todas, sejam de onde tenham vindo e para onde poderão um dia ir.
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(*) Por Adeli Sell, professor, escritor e bacharel em Direito.
*As opiniões dos autores de artigos não refletem, necessariamente, o pensamento do Jornal Brasil Popular, sendo de total responsabilidade do próprio autor as informações, os juízos de valor e os conceitos descritos no texto.