MERCADO IMOBILIÁRIO: DIFÍCIL ENTENDER!
“Há algo no ar além dos aviões de carreira”.
O Barão de itararé, nosso cáustico humorista, tinha razão. E se iniciamos este texto citando sua célebre frase não é por acaso.
E muito antes do nosso grande gozador, o gênio de William Shakespeare já colocou na boa de Hamlet a frase:
“Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”
EM SE TRATANDO DE PRAIS DE SC, ATÉ ENTENDO…
Hoje, pelo que pude verificar, apartamentos e casas ficam pouco tempo sem ocupação por pagamento de aluguéis em Balneário Camboriú, Florianópolis.
Noutras praias se vendem terrenos que são ocupados por casas de bacanas ou de simples mortais que buscam uma vida melhor.
Logo, esta é a lógica real, concreta e palpável.
MAS EM PORTO ALEGRE?
Mais uma vez a Revisão do Plano Diretor que está atrasado há mais de cinco anos pode não chegar para análise da Câmara neste 2025.
Onde estão as instituições de fiscalização e controle?
ORLA
Na mídia se lê que os investidores têm um olhar especial ao IV Distrito. Já era uma certa invencionice antes das enchentes. A situação de ocupação com atividades em edificações com “retrofit” etc estão em compasso de espera.
Ao lado do BarraSulShopping, do grupo Multiplian, está surgindo um “bairro” (uso ilegal do termo) de alto luxo e diz-se que as unidades estão quase todas vendidas.
O mais impactante da semana é a notifica que quase ao lado dos prédios públicos federais e do Parque da Harmonia teria sido desenrolado o uso de um terreno que era da Claro e um investidor local poderia fazer o prédio mais algo da cidade,
Enganam-se, estão mal informados, o local não está mais desde 2016 dentro do perímetro do Centro Histórico onde não há restrições. Fica no Bairro Praia de Belas.
QUEM COMPRA? QUEM OCUPA?
O último censo mostrou a saída de 700 mil pessoas do RS, sendo que 76 mil só de Porto Alegre.
De longe temos mais de 100 mil unidades de habitação, comércio e serviços fechados e mais uns 20 mil com uso ocasional.
E aí vem a pergunta?
Quem compra?
Quem aluga?
Há um déficit habitacional para a população de baixa renda, diminuíram os investimentos no Minha Casa Minha Vida, não há interesses de empreendedores em construir para estas faixas de renda da população, e as favelas têm aumentado em Porto Alegre.
VOLTANDO AO PLANO DIRETOR?
Creio que diante da inércia da Câmara, dos órgãos de fiscalização e controle, caberia uma Ação Popular. A ver.
(*) Por Adeli Sell, professor, escritor e bacharel em Direito.
*As opiniões dos autores de artigos não refletem, necessariamente, o pensamento do Jornal Brasil Popular, sendo de total responsabilidade do próprio autor as informações, os juízos de valor e os conceitos descritos no texto.