O GDF foi um dos primeiros governos a tomar medidas de combate ao contágio do COVID19.
O fechamento da maior parte do comércio, entre outras medidas, protege as pessoas e está alinhado com as políticas de redução da velocidade de contágio conforme preconiza a OMS. As ações já adotadas ajudam e dão mais tempo ao sistema público de saúde de se preparar para a maior demanda, em especial nos leitos de UTIs. Estas que já vinham saturadas antes da pandemia e aquém da necessidade da população devido à EC 95 e às políticas de sucateamento do SUS dos governos Temer e Bolsonaro.
No entanto, nos últimos dias, estamos observando uma política de relaxamento, com autorização para reabertura de segmentos do comércio, alguns sem justificativa, pois já são praticantes ativos do comércio digital, como os de eletrodomésticos e mobiliário.
Lamentavelmente, isso acontece em uma situação nacional em que o presidente da República, eleito na onda das notícias falsas, propagadas por “robôs” digitais, parece querer desafiar as ciências médicas e estatísticas, propagando mentiras sobre a doença, tratada como gripezinha e resfriadinho.
Preocupante quanto ao respeito ao rigor científico que deve orientar o combate à pandemia são os áudios vazados de conversas entre o ministro Lorenzoni e o deputado Osmar Terra, aliados do presidente nas teses anticiência, nas quais sugerem um conluio entre o
Presidente Da República e o Governador Ibaneis, para reforçar as teses mórbidas de Bolsonaro, a troco sabe-se lá do que.
Portanto, o PT vem denunciar que essa flexibilização do isolamento social pode colocar em risco todo o esforço coletivo feito até aqui e estimular os arautos da ignorância a relaxar as medidas preventivas já adotadas.
Não cabe alegar questões econômicas que, todos sabemos, afetam duramente grande parte da população do DF. Até porque se perdemos o controle do contágio, as consequências econômicas serão ainda piores.
É papel do governador cobrar do governo federal medidas econômicas à altura da crise que se apresenta. O que foi feito até agora é ridículo em proporção do PIB, quando observamos os vultosos investimentos do Japão, China, Coréia, países da Europa e Estados Unidos, nos quais as ações anticíclicas envolvem de 15% a 20% do PIB.
Além disso, o GDF precisa ser atuante no combate ao descumprimento das regras do isolamento e ágil nas ações de Assistência Social, setor no qual nossos parlamentares já vinham denunciando o desmonte de recursos financeiros, materiais e humanos, desde o governo anterior e que agravaram-se em 2019 e início de 2020. É preciso tomar medidas emergenciais, como a busca ativa daqueles que ainda não receberam nenhum apoio e distribuir cestas básicas, pois a fome não espera.
Dada a sua gravidade o momento não é hora para disputas políticas, mas é nossa obrigação apontar as contradições e insuficiências no enfrentamento à pandemia, cujas ações envolvem um sentimento de coesão social.
O recuo e a omissão do GDF poderá custar muitas vidas e maior exclusão social.
Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal