Ainda falta cerca de um ano e meio para as eleições do ano que vem e muita coisa pode acontecer, é verdade. Mas no cenário político hoje, Lula é favorito. É o que revela pesquisa divulgada ontem (12) pelo jornal Folha de SP. O ex-presidente lidera a corrida presidencial com 55% das intenções de voto em 2º turno, enquanto que o principal adversário, Jair Bolsonaro (sem partido), tem 32%.
Lula, que esteve em Brasília na semana passada, se reunindo com deputados, senadores, embaixadores e lideranças políticas em busca de apoio por mais vacinas e auxílio emergencial de R$ 600, pode ser pode ser decisivo no desempenho do Partido dos Trabalhadores nas eleições de 2022. É o que acredita o presidente do PT no DF, Jacy Afonso, que conversou com o jornal Brasil Popular. Segundo ele, não basta só eleger o ex-presidente é preciso ter um partido forte.
“Precisamos derrotar Bolsonaro e Ibaneis e por fim a essa quantidade enorme de retrocessos que eles estão impondo à população. Mas além de derrotá-los, temos que eleger mais deputados, senadores e governadores para que tenhamos um partido forte e que possa fazer frente a essa direita conservadora e retrógrada que aí está”, avalia.
De acordo com Afonso, que foi administrador de Santa Maria em 97 e 98 e secretário Adjunto de Governo em 95 e 96, o partido está empenhado na construção de uma aliança política com todos os partidos que se opõem a Ibaneis e Bolsonaro. No DF, Psol, Rede, PDT e PT são oposição ao GDF. No Congresso Nacional, PV, PSB e PT se opõem ao governo federal.
Em março deste ano, o PT aprovou resolução reconhecendo a importância desses partidos de oposição que estão “na luta contra o projeto autoritário da extrema-direita”. De acordo com o documento aprovado, o PT “buscará um diálogo sobre alternativas eleitorais que incluam lideranças e candidaturas de todos os partidos desse campo”.
Afonso destacou ainda que o Partido dos Trabalhadores está construindo um programa de governo que seja mobilizador. “Precisamos ter mais moradias e melhorar o transporte público e a segurança. Isso precisa ser participativo e com efetiva colaboração da sociedade e dos movimentos sociais”, disse.
Perguntado sobre o que deu errado, Jacy reconhece que o PT falhou na forma como conduziu as alianças com os movimentos sociais no período em que esteve no governo.
Segundo ele, faltaram interações mais efetivas e periódicas com os movimentos sociais. Além disso, na opinião do presidente do PT-DF, houve erros na política, no envolvimento e posicionamento com os partidos da base aliada. “O PT tem uma opinião em alguns pontos, mas o governo é uma aliança”, explicou.
Outro equívoco, segundo Afonso, foi o partido não ter sido mais atuante no orçamento participativo, quando a comunidade tem a oportunidade de contribuir para a definição das prioridades do governo. “O PT tem que ser mais efetivo nas cidades”, finaliza.