Estamos em julho, seis
meses já se passaram.
Um bom momento para alinhar
as nossas expectativas, rever
os nossos sonhos do início
do ano.
Este definitivamente já não
será um ano normal, como aqueles anos em que era possível fazer planos, onde tudo era previsível, vou fazer isso, depois eu vou fazer aquilo.
E assim, parecia que tínhamos clareza, certezas sobre qual o sentido vida. Era só indo marcando o que tínhamos planejado para o ano, até chegar o natal, o ano novo e começar tudo de novo, parecia que a vida tinha sentido.
E de repente, nós trazendo consciência de que o sentido da vida já não é algo tão mais previsível assim, vimos as nossas certezas e clarezas se desmancharem.
E agora, nos sentimos perdidos
nesse mundo incerto, nesse mundo vuca, relutamos em aceitar as novas circunstâncias da vida, o nosso instinto natural é pedir de volta “a vida normal”.
A “vida normal” na sociedade do consumo é só consumir.
É por isso que nem precisou de trinta dias de isolamento social, alguns já estavam nas ruas pedindo a abertura dos templos de consumo, outros já não vêem a hora de abrir, afinal o sentido da vida para muitos é a oferta e a procura do que consumir.
Na sociedade do consumo o sentido da vida é consumir, nem que se morra. E consumir tudo, de coisas a pessoas, de religião a experiências. Fomos educados pelo marketing para consumir. E para muitos não existe sentido na vida, não existe felicidade,
se você não consumir algo.
Quando não estamos consumindo ou promovendo o consumo, não estamos vivendo. O nosso modo de vida moderno nos aprisionou nessa bolha da sociedade do consumo, nos desconectou de outras possibilidades de estar no mundo, que não seja só consumir.
Esse tempo é um bom tempo para redescobrir outros sentidos da vida.
É hora de olharmos para os nossos planos do inicio do ano e nos
desapegar sem compaixão
dos sonhos de consumo.
E redescobrir que o sentido da vida é vivenciar a simplicidade de pequenas experiências. Esses não são tempos de revolução, esses são tempos de evolução.