A 1ª Reunião de Mesa Redonda China-Estados da América Latina e do Caribe sobre Direitos Humanos foi realizada nesta terça-feira (10) no Rio de Janeiro, Brasil. Este foi o primeiro simpósio sobre os direitos humanos realizado entre a China e a região da América Latina e Caribe.
Este ano marca o 10º aniversário do estabelecimento da Parceria Cooperativa Integral China-América Latina e da fundação do Fórum China-CELAC. A China e o Brasil também celebram o 50º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países neste ano. Neste contexto, vários estudiosos brasileiros disseram que a realização da reunião foi muito oportuna e significativa.
O professor de direito da Fundação Getúlio Vargas do Brasil e coordenador do Centro de Estudos Brasil-China, Evandro Menezes de Carvalho, afirmou que a reunião de mesa redonda foi um marco no relacionamento sino-latino-americano e sino-brasileiro, abrindo um novo capítulo de diálogo entre as partes concernentes.
Carvalho assinalou a necessidade de opor-se ao uso dos “direitos humanos” como um escudo político e um pretexto para interferir em assuntos de outros países. A cooperação entre a América Latina e a China oferece uma nova possibilidade de reestruturar o caminho dos direitos humanos. As duas partes consideram o desenvolvimento socioeconômico e a paz como uma prioridade dos direitos humanos e aspiram tomar ações conjuntas.
O diretor do Centro China-Brasil, Ronnie Lins, apontou que o colóquio foi um evento sinalizador do aprofundamento da cooperação sino-latino-americana. Foi destacado o modelo cooperativo com base no respeito mútuo e na soberania das partes, em vez do conceito de “direitos humanos” de alguns países ocidentais.
No parecer de Lins, os destaques da cooperação nesta área residem na questão de desenvolvimento, incluindo os direitos como a eliminação da pobreza e a acessibilidade à saúde e à educação.
O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, afirmou que os direitos humanos não podem ter apenas um padrão. Por causa de diferentes níveis de desenvolvimento, os países enfrentam diferentes questões relacionadas aos direitos humanos.
Pochmann frisou que a China já conseguiu resultados notáveis no desenvolvimento econômico e na erradicação da pobreza e o Brasil está tomando medidas ativas na eliminação da fome. Os dois países podem reforçar colaborações neste sentido para promover os direitos humanos.
Organizado em conjunto pela Sociedade Chinesa para os Estados dos Direitos Humanos, Universidade Renmin da China e Universidade Federal Fluminense do Brasil, o fórum teve a participação de mais de 120 altos funcionários, especialistas, estudiosos e representantes de organizações sociais, thinktanks e veículos de imprensa da China, da América Latina e da região caribenha.
Tradução: Paula Chen