Na coluna anterior, comentamos o artigo “Guerra comercial moderna, ou como explodir o sistema financeiro mundial em três passos fáceis”, escrito por Dennis Small para a EIR. Ele analisa os efeitos da política de imposição de tarifas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O texto é anterior ao recuo de Trump provocado pela crise no mercado financeiro, mas as conclusões permanecem.
Small aborda no artigo o argumento de Steve Miran (“um protegido do notório conselheiro econômico de Reagan, Martin Feldstein”) e outros conselheiros de Trump de que o governo estadunidense quer provocar uma recessão intencional (“desintegração controlada?”) nos EUA, forçando o Fed a reduzir drasticamente as taxas de juros, e os detentores estrangeiros e nacionais de dívida do Tesouro seriam levados a trocá-la por novos Century Bonds (“títulos de 100 anos!”) a taxas de juros muito baixas ou zero.[observação: o que se viu no mercado de títulos nesta semana foi exatamente o oposto do que seria o desejo dos conselheiros de Trump]
A tática levará a um renascimento da manufatura dos EUA, como alguns alegam? “Claro que não”, analisa Small. “Como Hamilton deixou perfeitamente claro, tarifas protecionistas para indústrias nascentes só funcionam se você tiver: 1) crédito direcionado abundante fluindo para a manufatura e outras indústrias; e 2) avanço tecnológico para garantir o aumento da produtividade físico-econômica. Nos Estados Unidos hoje, trabalhando sob a bolha especulativa de US$ 2 quatrilhões de Wall Street e da City de Londres, você não tem crédito direcionado nem progresso tecnológico.”
“A única coisa que estas políticas produzirão é uma desintegração controlada (ou não tão controlada), combinada com um resgate financeiro [bailout, no original] – a política de Londres”, finaliza o articulista da EIR.