O número de violações contra as mulheres vem aumentando ano após ano no Brasil. Segundo dados divulgados pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, no primeiro semestre de 2021, o Tocantins registrou 562 denúncias de violência e cerca de 2383 violações dos direitos humanos. O estado registrou 228 casos a mais de violações comparado com o segundo semestre de 2020.
O que antes já era preocupante, se agravou ainda mais com a pandemia. Os dados mostram que a maioria dos casos de violência aconteceram no cenário onde reside a vítima e o suspeito, sendo que 180 tiveram início a mais de um ano. Em relação à espécie das violações, o estado registrou 527 contra a integridade, 113 contra a liberdade e 7 contra a vida da vítima.
Segundo a defensora dos direitos humanos, Maria Vanir, essa condição em que o estado se encontra é triste.
“Esses aumentos nos casos de violência são muito tristes! Já nos encontramos em uma situação precária em relação à saúde do povo. Uma crise sanitária, moral, ética e de insegurança alimentar que além de doenças psicológicas, podem gerar conflitos que levam ao aumento da violência nos casos contra as mulheres, adolescentes e crianças.”
Com o isolamento social, muitas das vítimas têm maior contato com o agressor e seu lugar de proteção e aconchego é transformado em um ambiente inseguro, desconfortável e perigoso. Isoladas socialmente e com menor possibilidade de pedir ajuda, as vítimas se tornam extremamente vulneráveis. O que pode implicar na queda das denúncias, ações e consequentemente no aumento dos casos e tentativas de feminicídio.
Diante desses números preocupantes que os dados demonstram, faz-se necessário o enfrentamento à violência e ações de combate.
“Muitas mulheres não conseguem sair de casa e enfrentar os conflitos com o parceiro, ainda mais com a possibilidade de se contaminar e contaminar outras pessoas com o Coronavírus. Essa situação que atinge todo o país pede um olhar mais carinhoso das entidades e do governo com as pessoas, principalmente as mulheres e crianças vítimas de violência doméstica. Precisamos ter programas de atendimento psicológicos urgentemente e aumentar o número e a frequência de pessoas atendidas nos postos de saúde.”