Três notícias da maior importância passaram nos últimos dias praticamente sem repercussão, dominado como estava o noticiário pelas negociações da reforma tributária e o varejo correlato de liberação de verbas. O mero contraste entre essas notícias e esse varejo mostra como o país continua envolvido pela onda de meias verdades e informações desvirtuadas e decontextualizadas com que sua grande mídia tenta evitar que a maioria dos brasileiros tome consciência das brutais desigualdade e concentração de renda em que vivem.
A primeira foi a da sanção na segunda feira da lei da igualdade salarial proposta por Lula e afinal aprovada pelo Congresso. Essa lei proíbe que em funções iguais as mulheres recebam salários menores que os dos homens e tem importância equivalente, por exemplo, ao estabelecimento do salário mínimo pelo primeiro governo de Getúlio Vargas há mais de oitenta anos.
É incrível que até agora o machismo e o achismo brasileiro tenham ousado os pretextos mais estapafúrdios para degradar o papel da mulher no mercado de trabalho, como o de que as mulheres têm menos capacidade e competência que o homem para atividades produtivas ou o de que elas menstruam, engravidam e amamentam e isso impõe prejuízos ao empregador.
À margem de ações governamentais como a que Lula acaba de sancionar, a luta dos movimentos feministas já rompeu tantas barreiras que até no futebol o Brasil está na torcida por sua seleção na copa do mundo feminina na Austrália e Nova Zelândia. Mas é preciso não esquecer que a remuneração de jogadoras do talento de Marta continua séculos longe da dos Neymar – sem falar nas diferenças de postura diante das desigualdades da vida.
A segunda notícia importante eclipsada pelas miudezas do cotidiano político foi a aprovação pelo Senado da escolha do economista Gabriel Galípolo para a Diretoria de Pilítica Monetária do Banco Central, vaga pelo término do mandato de seu antecessor. É a primeira nomeação que Lula tem a oportunidade fazer para o Banco Central, seis meses depois de sua investidura e pelo menos um ano antes de poder indicar um novo presidente para o banco.
Na condição de diretor de Política Monetária, Galípolo será membro do Copom, o Comitê de Política Monetária, e nele poderá votar contra a taxa básica de juros que vem sendo mantida em 13,65%, uma das maiores se não a maior do mundo. Mesmo sendo o único voto contra, a escolha de Galípolo já levou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a admitir que em sua próxima reunião, em agosto, o Copom comece a reduzir essa taxa, liberando a economia brasileira para crescer mais e criar mais e melhores empregos.
A terceira notícia, que só teve acolhida na mídia brasileira depois de publicada com destaque fora do Brasil, foi a de que em seus seis primeiros meses de mandato o governo Lula conseguiu reduzir em cerca de 34% o desmatamento na Amazônia. Em junho, em comparação com junho do ano passado, essa redução caíu para 41%.
Tal conjunto de notícias é um bom estímulo para a recuperação da autoestima dos brasileiros e para suas expectativas em relação ao futuro. Como o governo Lula é um governo do coalizão e está sujeito a limites que não pode transpor, o Brasil continuará a ser campeão mundial de desigualdade e concentração de renda, mas vai eliminando alguns fatores de agravamento dessa situação e isso, de certo modo, começa a compensar o que acontece em outros países, como os Estados Unidos, onde o pensamento mais radicalmente reacionário está em ascensão.
Se Biden perder a eleição do próximo ano para Trump, o próximo governo dos Estados Unidos será uma ameaça permanente para o Brasil e o Brasil precisará estar mais forte, mais estável, mais respeitado no resto do mundo e menos injusto socialmente, para resistir às pressões que vai sofrer.
(*) Por José Augusto Ribeiro – jornalista e escritor. Publicou a trilogia A Era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993); A História da Petrobrás (2023). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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