Emissora do Qatar foi ordenada a fechar o local por 45 dias; é acusada de incitação e apoio ao “terrorismo”
Soldados israelenses invadiram o escritório da Al Jazeera (emissora estatal da monarquia do Qatar) em Ramallah, na Cisjordânia, com uma ordem de fechamento neste de domingo (22.set).
O momento da invasão foi transmitido ao vivo pela emissora. Segundo o chefe de reportagem, Walid al-Omari, a ordem judicial determina que o escritório deve ser fechado por 45 dias. A emissora é acusada de incitação e apoio ao “terrorismo”.
De acordo com a Al Jazeera, as tropas israelenses obrigaram os funcionários que estavam no local a ir embora. Também não deixaram que nada fosse levado do escritório, exceto os pertences pessoais.
Além disso, os equipamentos de transmissão foram danificados e um pôster da jornalista a Shireen Abu Akleh, morta em uma operação israelense na Cisjordânia em 2022, foi rasgado durante a operação.
Al Jazeera X Israel
Em maio, Israel ordenou o fechamento do escritório da Al Jazeera no país. Desde então, a emissora está inativa no território israelense.
A agência catari enfrenta desafios pelo fato de o governo israelense compreender que as transmissões representam ameaça à segurança do país. A emissora alega que a Al Jazeera não defende ou apoia atos de terrorismo, dizendo que a restrição imposta é desproporcional.
A emissora retrata frequentemente a guerra entre Israel e o Hamas desde a escalada do conflito, em outubro de 2023. Também compartilha relatos de integrantes do Hamas e outros grupos extremistas da região. Além disso, a Al Jazeera é o veículo com maior número de jornalistas in loco na Faixa de Gaza para cobrir a guerra e tem mostrado diariamente as dificuldades enfrentadas por civis palestinos que tentam sobreviver aos ataques israelenses e à fome.