Pedido deve ser avaliado em reunião de cúpula do grupo, marcada para outubro, na Rússia
A Turquia pediu para aderir ao Brics, o grupo formado por Brasil, China, África do Sul, Rússia, Irã, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Índia e Arábia Saudita.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira 2 pela agência Bloomberg. Segundo a publicação, que ouviu fontes em condição de anonimato, o pedido foi impulsionado pelo fato de que o país governado por Recep Erdogan não avançou nas negociações para fazer parte da União Europeia (UE).
Ainda segundo a Bloomberg, o pedido oficial de adesão da Turquia ao Brics também foi influenciado pela aproximação de Erdogan ao Kremlin. A Rússia, que está na presidência do bloco, é uma das entusiastas da candidatura da Turquia.
O país chefiado por Vladimir Putin, aliás, vai receber a reunião de cúpula do Brics, marcada para o final de outubro. A eventual adesão deverá ser discutida no encontro.
Do ponto de vista do seu posicionamento geopolítico, a Turquia foi uma importante peça nas negociações realizadas no início do ano sobre a adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Nos últimos anos, a Turquia representou um dos principais obstáculos para a presença dos suecos no grupo. O argumento turco era que a Suécia protegia grupos terroristas. Entretanto, o avanço da Rússia no território ucraniano pesou para que as negociações avançassem e a Suécia passasse a fazer parte da OTAN.
Já o Brics vem passando pelo seu mais agudo processo de expansão, desde que foi fundado, em 2006. Capitaneado pela China, o grupo vem acolhendo países do Oriente Médio aliados ao governo de Xi Jinping.
Outro país que se vê às voltas de uma possível adesão é a Venezuela. Cercado pela comunidade internacional pelas suspeitas de fraude nas eleições no final de julho, o presidente Nicolás Maduro disse, recentemente, que o país está “orientado há muitos anos, mas, hoje, mais do que nunca” para o Brics.
Por André Lucena, Carta Capital