O desdém funciona como fuga para sustentar a covardia dos idiotas quando não têm capacidade de argumentação.
100 mil mortes. Mais de três milhões de contaminados. E a fala desdenhada do presidente Bolsonaro (“vamos tocar a vida”) já não nos surpreende mais. Ele é isso. Um energúmeno, um idiota que rí sozinho de suas próprias sandices. Um ser abominável, incapaz de compreender a situação alarmante que se encontra o país, o povo, a Nação. Não que se cobre dele uma atitude humana, de sentimentos: isso ele já demonstrou que não possui. Mas, a postura de um presidente. E isso, ele também já provou que não é capaz. Não tem a mínima competência para o exercício do cargo. Não tem noção do que isso significa.
Mas, por que será que a infeliz fala do presidente já não nos surpreende? Por que será que a notícia de mil mortes, repetidas diariamente, pela televisão Globo, no seu mais popular jornal, o JN, não mais nos causa indignação? Assim como não nos causa arrepio as notícias de corrupção que atingem a “famíglia” palaciana? A devastação da Amazônia? A destruição do Brasil? Enfim, o que nos fez perder a fé? A capacidade de indignar-se diante das injustiças?
Tudo bem: a fala infeliz do presidente já foi dita noutras formas: “E daí”, “Todo mundo morre”, e coisas do gênero no infindável vocabulário chulo do “Messias”, o Mito. Ele é isso. Não há comparação no mundo do folclore político brasileiro: Nem mesmo João Figueiredo, Jânio Quadros e outras “figuras” de nosso passado de tão triste memória, que o “Bozo” hoje supera. Há quem diga – entre elas Benedita da Silva – que ele, na verdade, faz um personagem: Não é um idiota, sem noção: Ele é fascista . Ele representa uma parcela da população que é odiosa e odienta, que se excita com a violência
Mas, quando se vê o Presidente da Suprema Corte a “aparar as arestas” sobre os escândalos, a pôr “panos quentes” para manter a normalidade institucional; quando se vê o Presidente da Câmara dos Deputados afirmar que “não vejo crime algum” para justificar o engavetamento dos inúmeros pedidos de impedimento, a gente começa a ficar descrente. Até mesmo o mais otimista torna-se cético. Talvez isso justifique a anestesia geral de um povo que não acredita em seus governantes, mas também não crê em quem deveria fiscalizá-los ou julgá-los. Abandonar a Saúde – em plena pandemia – é crime sim, crime de responsabilidade. São 100 mil vidas perdidas, que poderiam ser salvas. 100 mil pessoas mortas que poderiam ser evitadas.
É crime sim. Isso não é normal Brasil. Não deve ser o “novo normal” da “nova política” do “novo Brazil”.
E daí? Vamos tocar a vida, Senhor Presidente? Até quando Senhores Congressistas? Até que ponto Senhores da Corte? Quantas mortes mais? Quantas “Fakes”? Quantas “rachadinhas”? Quantas queimadas? Vamos “passar a boiada”? Não Brasil. Isso não é normal. É crime sim!!!