Wilma Petrillo é acusada de assédio contra ex-funcionários, ameaças e golpes financeiros, além de ser apontada por levar a cantora — uma das maiores artistas da MPB — à falência. Nas redes sociais, fãs e público pedem autópsia
A empresária Wilma Petrillo, viúva de Gal Costa, que morreu aos 77 anos em novembro passado, é acusada de assédio moral contra ex-funcionários, ameaças e golpes financeiros, além de ser apontada por levar a cantora — uma das maiores e bem-sucedida artistas da MPB — à falência. A reportagem de Thallys Braga, na edição de julho da revista Piauí, expõe os detalhes do caso a partir de entrevistas com 13 pessoas: seis ex-funcionários de Gal, seis amigos e o irmão.
Um dos dois funcionários conta que chegou a testemunhar uma discussão das duas em 2015. “O dinheiro entra e some, as dívidas não param de chegar. Que tipo de empresária é você?”, questionou Gal. “Você é uma velha, as pessoas não querem mais te contratar”, replicou Wilma.
O funcionário disse que o atrito, inclusive, teria chegado a ser físico. Sonia Braga também teria se afastado de Wilma depois de também ter sido vítima de um suposto golpe. A atriz, porém, não respondeu aos pedidos de entrevista.
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Já o produtor Rodrigo Bruggermann, responsável pela organização dos shows de Recanto nas cidades do sul do Brasil, categoriza Wilma como ‘a pior pessoa com quem lidei nesse meio’. “Além de ser grosseira, ela fazia mudanças de última hora e aplicava taxas surpresa”. disse. Ele também contou que a cantora não podia fazer participações especiais nos shows de outros artistas porque Wilma não deixava. “Provavelmente nem deixava os convites chegarem até ela”, revelou.
O produtor Ricardo Frugoli também deu seu depoimento e disse que Gal Costa teria perdido oportunidades de shows no Brasil e na Europa por conta do comportamento de sua companheira. Wilma teria feito acusações infundadas de roubo e furto contra funcionários, causado intrigas e algumas pessoas da equipe teriam ficado depressivas por conta das humilhações sofridas nos bastidores.
A empresária teria, inclusive, barrado um show de Gal no Carnegie Hall, em Nova York. “Na próxima vez que ligarem, diga que a Gal não gosta de se apresentar nos Estados Unidos”, teria dito a um funcionário. Ao repassar para Gal a proposta e a resposta de Wilma, a artista negou. “Isso é mentira”, teria alegado.
O médium Halu Gamashi, amigo próximo de Gal, lembra que, por causa do ciúmes de Wilma, passou a se encontrar com a cantora em sigilo. O homem conta que ouviu a empresária perguntar se Gal não sentia vergonha por estar tão gorda. “Você está pensando que é quem? Nana Caymmi?”. Inclusive, ele consta que estranhava o silêncio da cantora diante dessas situações.
Guto Burgos, irmão de Gal Costa, disse que Wilma Petrillo o afastou da irmã em 1997 e que não participou da vida da cantora nos últimos anos. “Por favor, eu não quero mais falar disso. É um assunto que me dói muito”, disse à reportagem.
Ao morrer, Gal Costa deixou para o filho, Gabriel, um apartamento no bairro dos Jardins, em São Paulo. O imóvel foi comprado em 2020 pelo valor de R$ 5 milhões. Um ex-funcionário que trabalhou com Gal disse à publicação que sua conta bancária era “um buraco negro”.
Todos os entrevistados concordaram que a situação financeira de Gal Costa foi minada no período de tempo em que a cantora esteve com Wilma Petrillo. Existiam dívidas altas de restaurantes, mensalidades da escola de Gabriel, pagamento de empregados e até com a Receita Federal dos Estados Unidos.
A amigos, Gal Costa disse que tinha medo de retornar aos Estados Unidos e ser presa, já que Wilma tinha vendido um apartamento da cantora no país e não tinha pagado os devidos impostos.
Quando Gal Costa morreu, Guto mandou um recado para Wilma alertando de que a cantora tinha o desejo de ser enterrada no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, ao lado da mãe, onde a artista tinha um jazigo perpétuo. Ainda assim, a empresária decidiu que Gal seria sepultada no Cemitério da Consolação, no mausoléu da família dela.
Procurada para comentar as acusações, Wilma não respondeu as tentativas de contato e ainda bloqueou o repórter da Piauí no WhatsApp. O advogado da viúva de Gal Costa mandou uma “advertência” para a revista, solicitando que a reportagem não fosse publicada, sob pena de sofrer “as medidas judiciais cabíveis”. (*Com informações do IG Gente.)
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