O X (ex-Twitter) derrubou mais de 5,3 milhões de perfis em todo mundo enquanto o dono da plataforma, Elon Musk, brigava com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para não suspender cerca de dez contas no Brasil. Os dados constam em um relatório de transparência da rede social divulgado recentemente e obtido pela coluna de Helton Simões Gomes no UOL.
O documento, divulgado pela primeira vez desde que Musk comprou o site, em 2022, relata que 2,8 milhões de perfis foram derrubados por exploração infantil, outros 1,1 milhão por abuso e assédio e 678 mil por identidades enganosas.
Essas contas foram excluídas entre janeiro e junho de 2024. No mesmo período, 10,6 milhões de posts foram excluídos, sendo 4,9 milhões por discurso de ódio, 2,6 milhões por exploração infantil e 2,2 milhões por conteúdo violento.
O X atendeu quase 71% dos pedidos de suspensão de perfis e posts feitos por órgãos do governo. O Japão, por exemplo, fez 37 mil solicitações; a Turquia, 6 mil; a Coreia do Sul, 4 mil; e países da União Europeia, 2 mil.
Não se sabe o número total de solicitações feitas pelo governo federal ou pelo Supremo, mas o Brasil não figura entre os países que mais tiveram pedidos de bloqueio.
O X recebeu 224 milhões de denúncias de usuários por conteúdo problemático, sendo 82 milhões por abuso e assédio, 67 milhões por discurso de ódio e 40 milhões por conteúdo violento. As regras da plataforma mudaram quando Musk adquiriu a empresa, o que dificulta a comparação com relatórios anteriores da rede social.
Em relatório divulgado no último semestre de 2021, antes da aquisição do bilionário, o então Twitter relatou ter recebido 11,6 milhões de denúncias de usuários e bloqueado 1,3 milhão de perfis na ocasião.