Neste sábado (8), o Brasil contabiliza 100.240 mortes por Covid-19, segundo dados do levantamento realizado pelo consórcio de imprensa (Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL) até às 15h. Sobre os infectados, o país já tem pouco mais de 3 milhões de registros.
Neste início de mês, os três estados do Sul, além de Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte, apresentaram alta no número de mortes. No cenário mundial, o Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos no total de óbitos e casos confirmados. Coincidente os dois países governados por presidentes negacionistas, Bolsonaro e Trump, que normalmente se posicionam na contramão do que diz a ciência e o bom senso.
O número de mortes por Covid-19 já é 125 vezes maior do que a previsão do presidente Jair Bolsonaro, que demonstra não estar nem aí com a perda de tantas vidas. Prova disso é que, quando o Brasil registrava 98.44 óbitos, ele simplesmente disse: “vamos tocar a vida”.
No dia 22 de março, Bolsonaro afirmou, a sua aliada TV Record, que o número de mortes não ultrapassaria a quantidade de óbitos causados por H1N1, que, de acordo com ele, foram 800. Agora o país já tem mais de 100 mil mortes, ou seja, o número de mortes previsto pelo presidente já foi multiplicado por 125.
Já que a insensibilidade de Bolsonaro não permite que o Brasil decrete luto oficial, ao menos o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou, neste sábado (8), luto oficial de 4 dias no Congresso em solidariedade às vítimas. Só por curiosidade, se o Brasil começasse agora a fazer um minuto de silêncio em homenagem a cada vítima, seriam 70 dias consecutivos de silêncio.
E como afirmou Miguel Nicolelis – considerado um dos vinte maiores cientistas em sua área no começo da década passada pela revista Scientific American –, “chegamos a 100 mil mortos e ainda não caiu a ficha do tamanho dessa tragédia. Quando vimos as quedas das torres gêmeas [de Nova York, em 2001], ficamos muito chocados. O mesmo quando vemos a queda de aviões. Mas, curiosamente, a cada três dias caem duas torres, a cada dia caem três Boeings. Este número [de mortos] seria [equivalente ao de] uma guerra, e parece que ainda não caiu a ficha”.
Para piorar, a previsão para o mês de outubro é que o número de mortes dobre e ultrapasse 200 mil, segundo a Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz).