Guilherme Boulos, liderança do PSOL e Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), postou nas redes digitais que, nesta quarta-feira (25), completam 60 anos que Leonel Brizola (PDT) liderou a Campanha pela Legalidade, que barrou o primeiro golpe militar no País, armado, como sempre, com setores escravagistas do Brasil e com apoio dos EUA, contra João Goulart (Jango).
Nesta quarta-feira (25/8/2021), o Brasil vive o pesadelo de uma ameaça semelhante. No momento atual, as instituições democráticas estão ameaçadas por um governo federal impopular e, notadamente, ineficiente, que ameaça, diuturnamente, o Estado democrático de direito. A lembrança do líder psolista, Guilherme Boulos, reforça e coaduna com o Editorial do Jornal Brasil Popular, divulgado nessa terça-feira (24/8), no qual o jornal defende, como defendeu Brizola, uma aliança ampla contra qualquer ameaça de ruptura do Estado de direito e em favor e em defesa da legalidade democrática.
“É desnecessário gastar muitas palavras para descrever os riscos que a Legalidade Democrática está correndo no Brasil de hoje: a situação é gravíssima. O Presidente da República, acuado diante de investigações que apuram irregularidades cometidas por seu governo, que poderiam apontar responsabilidades de seus auxiliares diretos, de seus familiares e até mesmo por ele próprio, reage, obstinadamente, com ameaças de um golpe de Estado, o que implicaria, certamente, na ruptura do Estado de direito”
“Entendemos que os ex-presidentes da República, juntamente com os presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, deveriam fazer uma Convocação à Nação para a Defesa da Legalidade, apelando para que os meios de comunicação abram espaço nobre para esta Mensagem Democrática, que deveria contar, também, com a participação de entidades historicamente comprometidas com a democracia, como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além da União Nacional dos Estudantes (UNE), as centrais sindicais e os sindicatos de trabalhadores.” Clique aqui e confira o Editorial.
Hoje completam 60 anos que Leonel Brizola liderou a Campanha pela Legalidade, que barrou o primeiro golpe contra Jango. Mais do que nunca, é importante exaltar a memória deste patriota destemido! pic.twitter.com/eKSQ0YCOr4
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) August 25, 2021
Leonel Brizola foi um engenheiro civil e político brasileiro, um dos líderes da esquerda e político nacionalista, foi governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, sendo o único político eleito pelo povo para governar dois estados diferentes em toda a história do Brasil. liderou a Campanha pela Legalidade, que barrou o primeiro golpe contra Jango. Mais do que nunca, é importante exaltar a memória deste patriota destemido!
Brizola nasceu no dia 22 de janeiro de 1922, exatamente a 22 dias da Semana de Arte Moderna – nascida num momento em que o mundo vivia ao fim da 1ª Guerra Mundial e renovava suas estruturas mentais e políticas da sociedade e considerada um divisor de águas na cultura brasileira. Foi exilado no primeiro ano do golpe militar das Forças Armadas, empresários e EUA no Brasil. Voltou ao País durante o processo de reabertura, no fim dos anos 1970. Segundo informações do Wikipedia, ele retornou ao País, em 1979. “Chegou a São Borja no dia da Independência de 1979″, e voltou com a intenção de restaurar o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) como um movimento de massas radical, nacionalista, de esquerda e como confederação de líderes históricos seguidores do ex-presidente da República Getúlio Vargas. Mas encontrou dificuldades por causa do surgimento de novos movimentos populares e sindical, como o novo sindicalismo centrado nos trabalhadores metalúrgicos de São Paulo e seu líder Luis Inácio Lula da Silva, e as organizações católicas dos pobres rurais geradas pela Conferência Nacional dos Bispos“.
Além disso, Brizola foi impedido de usar o nome histórico do PTB, anteriormente concedido a um grupo rival centrado na figura amigável à ditadura militar deputada Ivete Vargas — a sobrinha-neta de Getúlio Vargas. Não se deu por vencido. Foi por isso que Brizola fundou um partido inteiramente novo, o Partido Democrático Trabalhista , oPDT, e se juntou à Internacional Socialista em 1986. Desde então seu símbolo continua sendo uma mão com uma flor vermelha (o símbolo da SI).
Rapidamente, Brizola restaurou sua proeminência política no Rio Grande do Sul e ganhou relevância também no Estado do Rio de Janeiro, onde buscou uma nova base de apoio político. Em vez de se associar à classe trabalhadora organizada— quer por meio do sindicalismo corporativista ou competindo com Lula pelo apoio do novo sindicalismo — Brizola buscou uma base de apoio entre os pobres de áreas urbanas não organizados por meio de um vínculo ideológico entre o nacionalismo radical tradicional e um populismo carismático e amigável.
Seus adversários classificaram o próprio Brizola e o seu brizolismo de negociações “sombrias” com as subclasses “perigosas” e ressentidas. Mas, seus apoiadores defenderam o empoderamento dos desfavorecidos. Ainda segundo dados da Internet, “Brizola adotou uma retórica cristã amigável com o povo em geral—mais semelhante aos narodniks russos do que ao populismo latino-americano clássico. Este novo populismo radical foi visto como uma ameaça a uma política liberal. Esta estratégia surgiu de uma falta de domínio das técnicas de política de massa e exigiu que a liderança carismática e pessoal de Brizola funcionasse efetivamente”.