500 MIL MOTIVOS PARA O IMPEACHMENT DE BOLSONARO, dizia um cartaz na manifestação da Av. Paulista. Foi assim, com muita criatividade e determinação de luta, mas de forma pacífica, que novamente centenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas de mais de 400 cidades de todos os estados e o DF, para exigirem vacina no braço, comida no prato e principalmente Fora Bolsonaro.
A onda de protestos contra o genocida não para de crescer e de se ampliar para o interior do país. O 19J teve praticamente o dobro de cidades do 29M e se deu justamente no dia em que o número de vítimas por Covid atinge o absurdo número de 500 mil mortes!
A força dessas manifestações não está apenas na quantidade de manifestantes, mas também no que eles representam em termos de mobilização de movimentos sociais, sindicatos, partidos progressistas e setores sociais sem partido.
Trata-se de uma força muito maior do que a soma de suas partes porque nas ruas é posto pelas massas os elementos principais do programa de orientação antineoliberal e de desenvolvimento inclusivo e soberano.
As duas enormes manifestações nacionais estão mostrando nas ruas a sábia combinação entre a união suprapartidária e supraclassista contra o governo fascista de Bolsonaro e a defesa do resgate do SUS, da educação pública, do emprego, da inclusão social e do patrimônio público entregue ao capital financeira de mão beijada.
Embora a luta do povo nas ruas seja o fator mais importante, ela é complementada por outras frentes de luta como a CPI do Genocídio e as ações responsáveis do STF e os governos estaduais que vêm combatendo efetivamente a pandemia.
A CPI está formatando a investigação contra o governo Bolsonaro em três aspectos: crime contra a humanidade, crime contra a saúde pública e crime de corrupção envolvendo a compra e propaganda da cloroquina e da vacina indiana, representada por um suspeito laboratório brasileiro. A CPI levanta indícios de que médicos que fazem propaganda do falso tratamento precoce recebem pagamento dos fabricantes da cloroquina.
Frente a esse visível avanço geral das forças democráticas e antifascistas, Bolsonaro se sente acuado e busca o confronto, provocando as instituições e criando o caos social e político. Tudo isso como parte da conhecida tática de mais à frente impor a tão sonhada ordem golpista.
Mas a ampla frente antibolsonarista está se mostrando atenta para esse super-manjado caminho golpista e continuará se mobilizando nas ruas e nas redes, bem como agindo institucionalmente por meio do STF, dos governos estaduais e em grande medida do próprio Congresso Nacional e da CPI do Senado para opor resistência às provocações e pôr um fim a essa verdadeira tragédia nacional.
Val Carvalho