Apesar da pandemia de Covid-19, a 53ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro está confirmada, mas sem a presença de público. De forma inédita, o festival será realizado com transmissão do Canal Brasil, de 15 a 20 de dezembro.
Em menos de 30 dias, as inscrições abrem-se para longas e curtas-metragens das mostras Competitiva e Brasília, sob curadoria do premiado cineasta Silvio Tendler. Os filmes podem ser inscritos até o dia 10 de novembro para as Mostra Competitiva Oficial e Mostra Brasília.
O curador desta edição é o cineasta Silvio Tendler, que comemora a continuidade do festival. “Com essa decisão, Bartolomeu Rodrigues [secretário de Cultura do DF] está fortalecendo o cinema nacional em tempos de destruição da nossa memória”. Tendler é um destacado documentarista que tem no currículo mais de 80 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens.
O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é o mais antigo encontro dedicado ao cinema nacional do país, prestigiado por realizadores e críticos por oferecer espaço à apreciação, à reflexão e à participação do público e de profissionais do cinema. Tornou-se, ao longo dos anos, um símbolo de prestígio, não apenas por seu pioneirismo, mas também pela ousadia que pautou sua trajetória e seus premiados, antecipando ou reafirmando a consagração de filmes e autores.
O festival estreou em um contexto único, à sombra de momento político conturbado – característica que contribuiu para a formação e o perfil do evento, sempre marcado por um público contestador. Foi inaugurado em 1965, como Semana do Cinema Brasileiro, por iniciativa do historiador e crítico Paulo Emílio Sales Gomes, que estava à frente do primeiro curso superior de cinema, criado na Universidade de Brasília (UnB). Em 1967, tornou-se Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Apenas nos anos de 1972 a 1974, o festival não foi realizado, no auge do regime militar, que impôs censura ao evento. Em 2007, o Festival recebeu o registro de Patrimônio lmaterial pelo Governo do Distrito Federal.