O fim da civilização ocidental, descrito há pouco mais de um século (1923) por Oswald Spengler (1889-1936), já estrebucha como organismo vivo, tal qual previa este filósofo alemão. Quais são os sintomas? Há como escapar desta morte? O que virá depois?
É óbvio que não temos as respostas, nem conhecemos quem as tenha.
Mas temos reflexões sobre o fim do ocidente, que o início de governo Donald Trump faz a caricatura, uma charge grotesca e triste do que fizemos conosco mesmo nestes últimos cinquenta anos.
É claro que se compararmos com o “direito” à primeira noite das virgens, residentes em suas terras, pelos senhores feudais já demos grande passo. Porém os movimentos de empoderamento feminino mostram que não fomos tão longe nesta pretensa democracia sexual. A perseguição aos não binários por Trump é um exemplo.
Para facilitar a exposição, dividiremos estas reflexões em três grupos: aqueles relativos à economia, ao convívio humano e ao meio ambiente.
A CONTRIBUIÇÃO DA ECONOMIA
Dois segmentos podem ser destacados como fundamentais para economia, que também são considerados básicos para soberania das nações: controle da moeda e das fontes primárias de energia.
Mas, o que aconteceu com a moeda? Simplesmente desapareceu sem deixar nem mesmo o escambo para substituí-la.
Afinal o que são as criptomoedas? Nada, rigorosamente nada. Nem mesmo um papel pintado pois são virtuais. E é sobre o nada que iremos erigir nosso sistema econômico? Realmente é o “fim do mundo”.
O “meme coin” do Donald Trump, recém-lançado, já proporcionou “lucro” imenso em somente uma semana. Pessoas, que não estão em asilos ou interditadas por incapacidade mental, colocam seus haveres em criptomoeda, ou seja, em nuvens. Minha falecida mãe diria com toda razão que este mundo está louco!
O que se espera ao ler ou ouvir a expressão “transição energética”. Que nova tecnologia, mais moderna, mais sofisticada, sem os inconvenientes das então conhecidas, substituirá a atual e principal fonte primária, a dos elementos fósseis: carvão mineral e petróleo.
A produção destes fósseis atende a 82% do consumo mundial de energia e suas reservas já descobertas suprem a humanidade por mais um século, se novas tecnologias não possibilitarem ainda maiores incorporações.
Não, a “transição energética” não nos trará a fusão de átomos, como pesquisas na República Popular da China (China) já conseguiram: um “sol” por pouquíssimos minutos.
A transição energética é voltar ao Sol e ao vento, energias intermitentes, impossíveis de garantirem sua geladeira funcionando ou o movimento contínuo de um hospital.
Estas energias representavam, no mesmo período em que as fósseis representaram 82% do consumo, simples 2,4%, ou seja, praticamente nada. A biomassa, que poderia e deveria ser muito mais utilizada, no mesmo período, correspondeu a 9,6% do atendimento, principalmente em áreas rurais.
O CONVÍVIO HUMANO
Se me perguntassem que imagem escolheria para ilustrar o convívio humano neste século XXI, proporia uma caricatura bem marcante do genocida primeiro-ministro do Estado de Israel, Benjamin Netanyahu (21 de outubro de 1949). Não somente pelos méritos próprios como pelos apoios que, inacreditavelmente, recebe de governantes e de populações ocidentais.
Parece conto de terror que alguém sustente um governante cujo projeto é destruir as populações vizinhas: palestinos, sírios, libaneses. E pior, para o retrocesso político de construir um grande estado religioso, onde apenas os judeus de raça e religião têm/terão cidadania plena.
E é do ocidente em queda que vem o maior apoio a este projeto exterminador. Dos Estados Unidos da América (EUA) que lhe vendem armas e fornecem dinheiro, dinheiro de verdade, não bitcoins.
O neoliberalismo financeiro, vencedor da disputa ocidental contra o poder da industrialização, transformou a Europa, outrora referência de cultura e convivência humanitária, em territórios de desigualdades, de desemprego, de miséria, fome, pilhagens. A Alemanha em profunda queda, principalmente pela falta de energia, se auto impõe sanções e embargos em relação ao gás da Rússia. A tragédia está nas fotos, nas reportagens colhidas nas ruas de Berlim, Colônia, Munique etc.
Desta Europa que, nestas últimas décadas, só se recebe informação de movimentos de revolta, de passeatas, quebradeiras, da eleição de líderes radicais e de muitos crimes.
A Rússia, talvez por ter parte ocidental e parte oriental, ainda preserva, bem como nos demais países da Comunidade de Estados Independentes (CEI), certa solidariedade entre suas populações, conforme informações que nos chegam de pessoas lá residentes. Certamente as décadas de regime socialista também influenciaram este comportamento assistencial, de irmandade.
Porém não podemos nos enganar e aí estão Trump e Netanyahu.
A população de rua que se encontra até em pequenas cidades dos EUA, agora vive temerosa de expatriação acorrentada e algemada.
Humanidade foi verbete riscado dos dicionários ocidentais.
A FARSA AMBIENTAL
O mínimo conhecimento das ciências da Terra, adquirido em aulas de geografia nos cursos primário e fundamental, nos ensinou que no mundo, há bilhões de anos, vêm se sucedendo eras glaciais e interglaciais, ou seja, ora ficamos cobertos de geleiras ora estas se derretem e formam mares, oceanos.
Aqueles mais dedicados são até capazes de nomear estas glaciações: Günz, há 700 mil anos; Mindel, há 500 mil; Riss, há 300 mil e a última Würn, há 150.000 anos.
Como se pode observar, estas últimas glaciações surgiram a cada 200.000 anos. Se considerarmos a anterior à Günz, notaremos também que os intervalos ficaram cada vez menores. Mas o tempo para estas mudanças é imenso, e quanto mais afastado o fenômeno geológico menos certeza temos para nossas medições.
A ideologia dominante quer que entendamos ser a ação humana que está produzindo a alteração climática que irá destruir a vida na Terra. Seria cômico se não fosse tão cruel, principalmente com os mais necessitados.
O uso dos combustíveis fósseis começou com a industrialização sendo este o carvão mineral. A Primeira Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra por volta de 1760. Para simples facilidade de cálculo façamo-la mais antiga, 1730. Ou seja, há 300 anos.
O petróleo chega um século depois, quase simultaneamente nos EUA (Pensilvânia) e no Azerbaijão (Baku). Temos então estes 300 e 200 anos de poluição no mundo. Seriam mais forte que um encontro de placas tectônicas, que a erupção de um vulcão, um tsunami ou destes fenômenos incontroláveis que volta e meia, com toda tecnologia que já temos, arrasam cidades, regiões até países?
Meus caros, estes ambientalistas devem se considerar deuses, capazes de milagres, pois colocam os combustíveis fósseis, utilizados por mãos humanas, com poderes maiores do que os da natureza.
Desta mesma natureza que nos deu vida, o que é certo, e, talvez, venha a nos destruir.
Geraldo Luís Lino, competente geólogo e ex-consultor ambiental, em seus diversos livros e trabalhos publicados nos ensina: o ambientalismo é um neomalthusianismo, ideologia criada por grupos oligárquicos dos EUA, Canadá, Reino Unido, Holanda, Noruega, França, Alemanha e Bélgica, a partir da década de 1960, com objetivos do controle demográfico, de manter os recursos naturais como reservas para suas necessidades futuras, para limitar a industrialização favorecendo a minoria de países ricos, os “40 ricos” que representam apenas pequena fração da população mundial e eventualmente a bóia de salvação para o mundo dos bitcoins.
O Governo Lula ouvirá este toque de reunir, lançado para o fim do mundo ocidental, e docilmente caminhará para o abatedouro ou buscará o caminho de manter o Brasil e o povo brasileiro, ignorando os tetos de gastos, sem a miserabilidade dos salários mínimos para enriquecimento dos rentistas de juros, investindo na educação pública que nos faça compreender a realidade e não as farsas e mentiras dos apoiadores de Trump, destes donos das “fake news”, reverterá as privatizações que tiram do Brasil o lucro das atividades e dos recursos nacionais, dará garantia do Estado para saúde dos brasileiros, enfim, agirá para um novo governo, com outro modelo organizacional, verdadeiramente democrático pois será participativo, soberano e cidadão, como o projeto getulista do nacional trabalhismo.
Neste mês, que Brizola completaria 103 anos, seria a alforria e a salvação do Brasil, justa homenagem a este grande político brasileiro.
(*) Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.
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