Nos sete primeiros artigos desta séria (que promete ser longa), demos uma trégua,
neste oitavo, dos relatos dos problemas que vem nos atormentando por anos e anos a fio no
Rio Grande do Sul.
Mesmo assim, sinalizamos que, depois das tormentas e das enchentes de 23 e 24, em
especial os infortúnios de maio de 2004, neste verão voltamos a ser castigados pela estiagem,
atingindo duramente nossa agricultura, soja e milho, em especial.
O preocupante não é apenas a oscilação climática, mas a inércia do governo local para
enfrentar estes problemas.
OS INVESTIMENTOS
Os dados de investimentos em 2004 e as perspectivas futuras dão certo ânimo.
A manchete animadora é:
“Novo investimento da CMPC puxou alta no valor dos aportes anunciados no Rio
Grande do Sul em 2024.”
CMPC é a nossa papeleira, do outro lado do Guaíba, na cidade homônima.
Mas não seria apenas esta atividade, pois outras envolveriam os mais diversos setores
da economia, seja uma indústria que vai ampliar sua planta para produzir mais, uma
concessionária que vai aumentar sua rede de distribuição em cidades gaúchas ou uma
varejista que abre novas lojas em seu processo de expansão.
Segundo um jornal local, os exemplos são múltiplos e em diferentes partes do Estado,
refletindo a diversidade da economia gaúcha.
Vamos sinalizar que as marcas, as origens destas empresas, em geral não são locais.
Há, por exemplo, uma grande vinda de empresas comerciais da vizinha Santa Catarina.
O Jornal do Comércio é um meio de imprensa tradicional, um dos poucos que tem
pautado suas matérias com buscas mais confiáveis de dados e análises menos influenciadas
pelo capital local, o periódico nos diz que produziu uma base de dados própria, a partir das
notícias publicadas, e com critério claro, dizendo: “faríamos a lista de todos os investimentos
públicos e privados com investimentos anunciados ou realizados no Rio Grande do Sul ao longo
de um ano. O recorte para entrar no projeto foi definido em iniciativas de pelo menos R$ 10
milhões. Nascia o Anuário de Investimentos do RS e o Investômetro do JC”.
O jornal nos diz que, em 2024, foram mapeadas 348 iniciativas de novos
investimentos, totalizando R$ 100 bilhões.
É bom não esquecer que o governo federal fez astronômicos aportes para fazer frente
aos problemas climáticos e as grandes perdas que se teve em todos os segmentos produtivos,
além da vida dos seus moradores.
PORTO ALEGRE
Parece que começou a terminar a pasmaceira local, pois a Prefeitura e instituições de
fomento alinharam semana passada os possíveis investimentos em Porto Alegre.
Em cinco dias de reuniões, governo e representantes dos bancos debateram a
implementação dos recursos no Centro e no 4º Distrito. Duas das regiões econômicas mais
atingidas pelas cheias de maio do ano passado.
Haveria fontes dos financiamentos que resultariam em mais de R$ 1 bilhão em
investimentos para o Centro Histórico e os bairros do 4º Distrito, é o que o Banco Mundial e a
Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) disseram.
No calor insuportável por que passamos no Rio Grande do Sul estas notícias soaram
com uma boa brisa.
Estamos atentos. Vamos continuar a levantar mais e mais questões sobre o
Rio Grande do Sul para que se ache o seu DESTINO.
Adeli Sell, da Sucursal Rio Grande do Sul do JBP