Na manhã desta sexta-feira (15/5), Nelson Teich pediu exoneração do cargo de ministro da Saúde, antes mesmo de completar um mês no comando da pasta. “É o dia mais triste da minha vida. Não vou manchar a minha história por causa da cloroquina”, disse o agora ex-ministro.
Ele havia substituído Luiz Henrique Mandetta, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, que à época falava da necessidade de ter um ministro mais alinhado ao seu pensamento. Bolsonaro está em guerra declarada contra a maioria dos governadores porque sempre foi contrário ao isolamento social.
O secretário executivo, general Eduardo Pazuello, ocupa interinamente o cargo deixado por Teich. Ele será o terceiro a ocupar o posto durante a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, que já causou mais de 13 mil mortes e mais de 200 mil casos confirmados da doença.
O general – que não é médico – é uma aposta de Bolsonaro para ocupar o cargo e não se posicionar contrário ao uso de cloroquina, uma das principais razões que fez Teich pedir demissão. O antecessor de Teich também é contrário ao uso indiscriminado de cloroquina, como prega o presidente.
Os abusos de Bolsonaro são tamanhos, que mal o ministro saiu, ele tratou de mandar o ministro interino assinar um protocolo que libera o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19. Resta saber se o general Pazuello vai levar adiante a perigosa bravata do presidente, mesmo com estudos científicos contrários a essa determinação, ou vai agir com responsabilidade.
Vale lembrar que a Apsen, empresa farmacêutica responsável pela produção do remédio composto por hidroxicloroquina, é de propriedade do empresário bolsonarista Renato Spallicci.