Sinopse – No livro “Memórias do Cárcere: Literatura e testemunho”, o professor Hermenegildo Bastos analisa as memórias de Graciliano Ramos, articulando-as à produção do escritor. Segundo ele, “O trabalho da escrita de Graciliano visa a impedir o aproveitamento da literatura pela ideologia dominante, sua neutralização”.
Graciliano Ramos era um artista da palavra. Em toda a sua obra, constatamos sua incomparável arte com a escrita e sua galeria de personagens que são reflexo das contradições da sociedade brasileira. Mas “Memórias do Cárcere” vai um pouco além, pois, mais que um testemunho, é o nítido retrato de uma época. Um tempo obscuro, uma triste fase da existência do nosso país, que incrivelmente neste ano de 2020 está padecendo dos mesmos males, que Graciliano jocosamente chamava de “fascismo tupinambá”.
De acordo com Hermenegildo Bastos, “a forma literária é capaz de revelar a realidade sócio-histórica, mesmo depois que os fatos narrados perderam sua vigência, mas não sua atualidade”. Esta observação coincide com a de outro autor, professor Emanuel Araújo, que em sua obra “Escrito para a Eternidade: A literatura no Egito faraônico” (Editora UnB), aponta: Tudo perece, os homens viram pó, mas “um escrito permanece lembrado na boca de quem o lê”, como ensina o Papiro Chester Beatty.
O professor Hermenegildo Bastos, que se dedica ao estudo da estética marxista, especialmente à questão da função emancipadora da arte, acredita que a divulgação deste estudo, recentemente reimpresso, possa levar o leitor a ler ou reler “Memórias do cárcere”, “essa é a nossa maior motivação”.
Em iniciativa inédita, a Editora UnB disponibiliza toda sexta-feira download gratuito de um dos livros de seu catálogo. Uma surpresa a cada semana enquanto durar o distanciamento social – necessário para enfrentarmos a pandemia da Covid-19!