Com a Pandemia, associações de moradores de comunidades do Rio e de São (Rocinha, Complexo da Maré, Paraisópolis) estão se organizando para prestar atendimento aos mais carentes, aos idosos e enfermos, às famílias mais fragilizadas, desempregas, de sorte que o crônico abandono do estado não termine multiplicando a contaminação e, consequentemente, a perda de vidas. Trata-se de um belo exemplo de iniciativa popular. Que deveria estar presente nas agendas dos partidos e sindicatos.
Nas comunidades pobres, carentes de água corrente, de serviços de coletas de lixo e saneamento, a precariedade dos padrões sanitários agrava, enormemente, os já baixos indicadores de saúde. O resultado é trágico: nestes bairros o número de mortos por coronavírus é dez vezes maior do que nos bairros de melhor padrão econômico.
As iniciativas dos moradores destas comunidades, garantindo o suprimento de máscaras, álcool gel, alimentação, controle e transportes dos casos com sinais de contaminação para unidades de saúde, indicam uma grande capacidade de organização popular, mas também demonstram que muito mais vidas poderiam ser salvas se o Estado, por meio do Batalhão de Engenharia do Exército, estivesse presente, com sua logística e equipamentos.
Nos bairros de Caracas, Venezuela, afetados por sabotagens da oposição que danificaram o fornecimento de água, o Exército da Venezuela instalou, emergencialmente, cisternas que garantem esse abastecimento, uma ação que depende apenas de vontade política e respeito e compromisso com o povo. Não temos a ilusão de esperar isto do Governo Bolsonaro, mas, em muitos estados, com governos populares, esta aliança precisa se reivindicada e construída, entre comunidades e governos ou prefeituras, para elevar a consciência e conseguir defender a vida das famílias mais pobres, sempre as mais atingidas e perdidas, com ou sem pandemia.