Os ônibus serão mais ou menos usados?
Haverá padronização sanitária e higienização mais cuidadosa com seus aparelhos de ar condicionado, limpos a cada seis meses?
Como ficaria a tarifa? Continuaria a ser bancada pelo usuário ou temos que finalmente nos dobrar e termos fundos públicos para financiar a mobilidade de massa?
Falo nós porque a saída só pode vir de baixo para cima, com mobilização popular “dando calor” nos governos.
Como será feito este financiamento?
Quem pagará a conta?
Não serão os usuários em cujo grupo aumentará a legião de desempregados e informais que conseguirá suportar o sistema de mobilidade.
Há cidades que optaram social e politicamente por fornecer transporte público gratuito.
Certamente em nosso país este modelo sofrerá resistências, mas do jeito que está não pode ficar.
Em Porto Alegre, o atual governo passou a ser refém da entidade empresarial, sofrendo chantagens já antes da proliferação do coronavirus.
Já fizemos uma denúncia consubstanciada ao Ministério Público de Contas do Tribunal de Contas, e o promotor abriu o devido processo.
Como ficará o deslocamento a pé?
Se as pessoas extraírem um pouco de aprendizado do isolamento social, vão exigir melhores calçadas e sinalização para fazer muitos percursos a pé.
Se a bicicleta vinha num crescendo, será bem possível que aumente seu uso.
Em Porto Alegre e onde houver o sistema de lotação (peruas), haverá mudanças, porque com a concorrência dos aplicativos, as linhas de curto percurso devem se readequar. Apesar de que em breve veremos a revolta do setor com a exploração das empresas multinacionais. Ninguém mais pretende ser servo.
O sistema de táxis haverá de se adequar, fazendo melhorias, pois o ataque dos aplicativos sem regulamentação adequada quase liquidou com o sistema, o que foi e é um enorme erro. Os governos continuam onerando este sistema, colocando em risco uma tradição. Os governos deveriam incentivar este setor facultando o acesso ao microcrédito, pelo menos.
A inovação é bem-vinda quando não acaba com o bom da tradição. Táxi é tradição.
Num outro momento pretendo tratar de trens, metrô e transporte aquático.
Adeli Sell é vereador do PT em Porto Alegre