As eleições de 2020 em São Luís vão encerrar, oficialmente, o ciclo do chamado “grupo Sarney” na história política do Maranhão.
Pela primeira vez em 50 anos, nenhum dos candidatos a prefeito enverga qualquer relação oficial com o conceito de grupo criado a partir da ascensão do ex-presidente ao poder, em 1966.
Nem mesmo o neto de José Sarney, o deputado estadual Adriano Sarney – que tem postura absolutamente independente em relação ao legado da família – pode ser apontado como sarneysista.
Outro aspecto que demonstra o fim do ciclo sarneysista é o espalhamento de seus antigos membros por diversas candidaturas, tanto da oposição quanto da base do governo Flávio Dino (PCdoB).
Historicamente, o início do fim do sarneysismo pode ser apontado em 1994, com a chegada de Roseana Sarney ao governo, o que iniciou a era chamada roseanismo.
Desde então, começou um ciclo de decadência sarneysista – no conceito de grupo – que culminou com a derrota em 2014, para o atual governador Flávio Dino.
Adriano e Roseana são representantes de duas gerações do legado sarneysista, mas cada um tem conceitos, ideologias e visão política distintas
Aos 90 anos, José Sarney é hoje o símbolo de um período histórico no Maranhão que oferece material para leituras e releituras ao longo dos últimos 25 anos.
Mas o conceito de grupo já não existe mais.
Os três principais representantes da família – Roseana, Adriano e Sarney Filho – carregam o legado histórico, mas cada um segue o próprio rumo conceitual e ideológico na política.
O que ficará ainda mais evidente a partir de 2022, quando novos atores protagonizarão novos rumos políticos no Maranhão.
É aguardar e conferir…