O retorno presencial das aulas na rede estadual gaúcha é cercado por muitas dúvidas, e insegurança da comunidade escolar. Pelo calendário previsto do governo Leite, o ano letivo deveria ser retomado a partir da terça, dia 20 de outubro. No entanto, muitas escolas ainda não reabriram até esta quarta-feira.
A presidente do CPERS-Sindicato, Helenir Schürer esteve na Escola Ernesto Dornelles na terça-feira, localizada no centro de Porto Alegre. Principalmente para fiscalizar se os Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) chegaram nas instituições. Funcionárias trabalhavam na higienização das escolas, mas sem os EPIS. “Estamos desde 5 de outubro aguardando os EPIS. Viemos no feriado fazer plantão. Todos os dias prometem que virá não vem. Não recebemos ainda material algum. Não tem como receber os alunos assim”, destacou a diretora da escola, Isabel Lopes.
Na Escola Estadual de Educação Básica Presidente Roosevelt, também na capital, o Conselho Escolar e o Círculo de Pais e Mestres assinaram uma carta aberta, afixada na entrada escola, explicando os detalhes para a escola não reabrir. No documento, ressaltam além da falta de segurança sanitária, vários problemas estruturais como goteiras, umidade, dificuldades para manutenção de um controle do fluxo de entrada e saída “dada às características prediais e ausência de salas vagas nos turnos da manhã e da tarde para realizar isolamento, em casos de estudantes e trabalhadores sintomáticos até às devidas providências do sistema de saúde local”.
Além disso as escolas, precisam formar Comitês Operacionais de Emergência, (COES) integrado por um representante da direção da escola e outro da comunidade escolar. Mas das 2.467 escolas estaduais gaúchas, 600 ainda não formaram os seus próprios comitês. Segundo o secretário estadual de Educação, Faisal Karam a escola que não tiver 100% do seu COE formado e não tiver EPIS, ela não reabrirá.
Na região da Fronteira, 60 escolas não abriram, em Santa Maria as aulas presenciais deverão recomeçar no dia 27 e nos municípios da Serra a previsão de retorno é para o dia 28. Porém, 14 diretores de escolas da região enviaram carta à Coordenadoria Regional de Educação informando que não se sentem seguros para retomarem o calendário. As aulas presenciais não são obrigatórias, porque ainda permanecerá o sistema remoto em todo o Rio Grande do Sul.
Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) estão atrasados. Funcionárias da Escola Ernesto Dornelles higienizam o local.
Foto: Divulgação/CPERS