A recente decisão da Petrobras de retirar, o nome de “Governador Leonel Brizola”, da Termelétrica de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, dezesseis anos após a sua partida, causou perplexidade. Só restou interpretar como uma tentativa de diminuir a importância do Engenheiro Leonel de Moura Brizola da história do Brasil, como um dos mais ilustres políticos deste País.
Foi o único brasileiro a governar dois estados diferentes: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, além de ter sido Prefeito de Porto Alegre; Deputado Estadual pelo RS e Deputado Federal pelo Antigo Estado da Guanabara, com 269 mil votos, na época, a maior votação obtida por um político brasileiro, resultado da popularidade adquirida ao liderar a Campanha da Legalidade, em 1961.
Brizola foi um defensor do setor energético nacional e, na Educação, foi o político que mais construiu escolas. No RS foram 6.200 escolas, conhecidas pelo povo como “Brizoletas”, e no RJ, junto com o Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer, construiu 500 Cieps (Centros Integrados de Educação Pública), chamados de “Brizolões” pelos cariocas.
Ninguém mais do que Brizola teve a vida investigada pelos inúmeros Inquéritos Policiais Militares (IPMs), porém, nada foi encontrado, sequer vestígio de corrupção, o que o coloca como um paladino da moralidade pública no Brasil. No entanto, após o golpe militar de 1964, foi forçado a viver 15 anos no exílio.
Por tudo isso, apresentei uma Moção de Repúdio aprovada pela Câmara Municipal do RJ, endereçada ao Ministro de Minas e Energia, Almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior e ao Presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, exigindo o retorno imediato do nome de Leonel Brizola à termoelétrica, em respeito à sua grandeza histórica.
Ele foi elevado à categoria de Herói da Pátria pelo governo brasileiro, em 2014. Mas é graças ao povo brasileiro que a trajetória do meu saudoso avô, Leonel Brizola, pertence ao imaginário político nacional.