- A CIÊNCIA MÉDICA E O SISTEMA DE SAÚDE
- “CORONAVÍRUS”: O QUE É
- O QUE FAZER???
- A ciência médica e o sistema de saúde:
As lições emanadas pelo antropólogo/sociólogo e filósofo Edgard Morin, no seu antológico “a VIA PARA O FUTURO DA HUMANIDADE”, (ed. Bertrand Brasil, RJ, 2013), no capítulo sobre Medicina e Saúde, nos ensinam:
“ A medicina ocidental aparece como a única medicina autêntica. Suas descobertas, seus conhecimentos anatômicos, fisiológicos, celulares, bioquímicos; vacinas antibacterianas, corticoides, antibióticos; contribuições da tecnologia médica de imagens (radiologia, tomografia, cintilografia, endoscopia); performances prodigiosas da cirurgia, principalmente do coração, pulmão, fígado; êxito contra a mortalidade infantil, a mortalidade no parto (..). constitui uma promessa de prolongamento não senil da vida humana.
O somatório de todos esses progressos, contribuiu para aumentar a expectativa de vida de 25 para 70, 80 anos.
Os avanços na medicina comunitária, educação para a saúde, hábitos de vida saudáveis possibilitou ao sistema de saúde tornar-se mais efetivo com suas medidas preventivas, evidenciando que a atenção à pessoas não se faz apenas no hospital, com reflexos positivos na qualidade de vida da população.
Tudo isso criou uma falsa sensação de segurança de que estávamos protegidos em relação a todos os tipos de agressão à nossa saúde.
Essa crença perdurou até a década de 1960, imaginando-se que a ciência médica produziria, em curto prazo a eliminação definitiva de vírus e bactérias. Os antibióticos eliminariam os diferentes tipos de bactérias, e a tuberculose estava se tornando coisa do passado. O surgimento da AIDS mostrou a fragilidade dessas teorias. Novos vírus poderiam surgir. E passamos a conviver com a preocupante novidade de imunodeficiência, adquirida. A chamada “peste gay…” designação fortemente preconceituosa.
Adicionalmente, uma série de doenças virais apareceram em sequência temporal, tornaram-se endêmicas, evidenciando a fragilidade desses conceitos.
Foram registradas, no século passado e início do século XXI, casos de doenças virais que vieram comprovar evidentes fragilidades do sistema de atenção à saúde e, por outro lado, a relação deletéria do Homem com a Natureza. Fatos que estão sendo objeto de análises e estudos acadêmicos.
O início do século XX, logo após a 1ª Guerra Mundial, é marcado pela ocorrência da Gripe Espanhola, seguida por outras doenças respiratórias (SARS) e pela Ebola, Gripe Aviária, Dengue, Chicungunha, Zica e, no início de 2020, pela COVID 19.
- O Coronavírus: o que é???
Em publicação recente – março de 2020, a Universidade Johns Hoppkins publicou Nota, na tentativa de esclarecer como evitar o contágio com o COVID 19. Explica detalhadamente:
- O v[irus não é um mecanismo vivo mas uma molécula proteica (DNA) coberta por uma camada lipídica (gordura) , a qual, quando absorvida por células das mucosas ocular, nasal ou bucal, muda seu código genético (mutação) e os converte em agressores e multiplicadores;
- Desde que o vírus não é um organismo vivo, mas uma molécula proteica, ele não é desativado (morto), mas se desintegra. Esta desintegração depende das condições de temperatura, umidade e do tipo de material subjacente;
- O vírus é muito frágil. A única coisa que o protege é uma fina camada de gordura subjacente, externa. Por este motivo, sabão ou detergente são o melhor remédio, porque a espuma “corta” a gordura. Esta é a razão porque devemos esfregar tanto as mãos – por 20 segundos ou mais, para fazer um monte de espuma. Ao dissolver a camada de gordura, a molécula proteica é também dissolvida, fica dispersa, tornando-se frágil e quebradiça e desintegra.
- O calor derrete a gordura; por isso é tão indicado o uso da água a 20 graus ou mais, para lavar as mãos, roupas ou outros objetos. Adicionalmente, a água quente faz mais espuma, tornando tudo isso mais efetivo;
- Álcool ou qualquer mistura com álcool acima de 65% dissolve qualquer gordura, especialmente da camada externa do vírus;
- Qualquer mistura contendo 1 parte de alvejante e 5 partes de água dissolve diretamente a proteína, quebrando-a a partir da parte interna;
- Água oxigenada ajuda, após o uso do sabão, álcool e cloro dissolve a proteína do vírus, mas deve-se usar com cuidado, pois pode ferir a pele;
- Nenhum bactericida é útil. O vírus não é um organismo vivo, como a bactéria; não se pode matar o que não é vivo com antibióticos, como foi mencionado;
- Nunca agite (sacuda) roupas limpas ou usadas, folhas de papel. Enquanto colada a superfícies porosas são bastante inertes e se desintegram em apenas 3 horas(tecido ou poroso)/4 horas, ( cobre, porque é naturalmente antisséptico, e madeira porque remove toda mistura e não permitindo o surgimento e a retirada de uma casca e desintegrar), 24 horas, papelão ou cartolina, 42 horas metal e 72 horas plástico. Mas se você sacudir ou usar um espanador, a molécula do vírus flutua no ar por mais de 3 horas e pode se alojar no no seu nariz;
- A molécula do vírus permanece bastante estável no frio externo, ou no frio artificial do ar condicionado em casas e automóveis. Ele necessita semisturar para permanecer estável e, especialmente, de escuridão. Entretanto, baixa umidade, secura, locais mornos e iluminados promovem a sua rápida degradação;
- O vírus não atravessa a pele saudável;
- Vinagre não é utilizável porque não quebra a camada protetora de gordura;
- Nenhum álcool, nem vodca é útil. A vodca mais forte tem 40% de álcool e são necessários 65%;
- Listerine, se tiver 65% de álcool;
- Mais confinado o espaço, maior a concentração do vírus. Mais aberto e naturalmente ventilado, menor a concentração;
- Isso é dito e repetido, mas você deve lavar as mãos antes e depois de tocar mucosa, comida, fechaduras, interruptores, controle remoto, celulares, relógio, computadores, escrivaninhas, TV etc. e quando usar o banheiro.
- E mantenha suas unhas bem aparadas, assim o vírus não se oculta por lá.
Esses itens, explicitados em detalhe, pela Johns Hopkins, são medidas essenciais para evitar o contágio.
Quanto mais avançarmos no conhecimento da História Natural e mais conscientemente, respeitarmos as recomendações preventivas, mais estaremos protegidos, até que as vacinas surjam para o efetivo controle da doença.
Mas no meio de notícias inquietantes sobre o recrudescimento de uma nova onda do Covid-19 em diferentes pontos geográficos do planeta, um trabalho científico recente, publicado online e reproduzido no blog Outras Palavras.net, (18.11.2020), referente à duração da imunidade conferida pela doença ao organismo humano, traz boas notícias. Oito meses após a infecção, a maioria das pessoas ainda parece dispor de células imunológicas, de defesa natural à agressão do vírus, segundo o estudo, potencialmente suficientes para se proteger do Covid-19. Foram acompanhadas 185 pessoas, com idades variando entre 19 e 81 anos, a maioria com sintoma leves da doença. Os pesquisadores estudaram a resposta imunológica (anticorpos) de quatro componentes, e, embora seja uma observação inicial, que não permite, ainda, prever a duração da imunidade natural, são dados animadores.
- O que fazer???
Esta questão fundamental tem, obviamente, dois destinatários: os indivíduos/cidadãos que compõem a Comunidade sob risco, e o Estado, responsável pela gestão da crise sanitária.
Infelizmente, o atual governo brasileiro, frente ao grave problema que deveria enfrentar, resolveu “politizar” o desafio, começando por desqualificar o Covid-19, o qual identificou como “gripezinha”.
A partir desse ponto inicial, uma série de equívocos foram se avolumando, num inacreditável crescendo. A começar pela estranha – quase total – ausência de aplicação de testes diagnósticos para a Covid-19, séria e injustificada omissão; continuando por trocas seguidas e frequentes de ministros da área da Saúde, nas fases mais intensas da crise; perigosas incursões na área farmacológica, chancelando, sem qualquer evidência científica, medicamentos para tratar a fase aguda da virose. E pela insistência no “negacionismo”, uma palavra de certo modo gentil para designar tantas tolices e ingenuidades.
Essas ações desastradas trouxeram trágicas consequências, principalmente para a chamada “população de risco” da pandemia. Hoje, o Brasil registra cerca de 170 mil óbitos, potencialmente evitáveis, ocupando um dos primeiros lugares nas estatísticas mundiais. E o governo exclama: –E daí? Todos morrem um dia!
E continua, impávido, a proclamar tolices infindáveis…
Ainda não satisfeito com suas “ações políticas” no enfretamento da pandemia, o atual governo decidiu questionar as vacinas, colocando rótulos ideológicos nas vacinas russas e chinesas, assim deslocando o nível da discussão sobre tema tão relevante aos porões mais profundos da ignorância e do preconceito.
De tal modo se evidencia o despreparo do governo federal frente a uma crise sanitária grave e desafiadora que consegue repassar para a comunidade sob risco mais problemas do que orientações e soluções que tanto necessita.
Resta a esperança, que já vai se tornando real, nos governos estaduais e prefeituras do país, os quais começam a assumir a responsabilidade na condução da luta para o controle de um dos maiores desafios sanitários do século XXI.