O governo Jair Bolsonaro, em seu novo formato – aliança com os partidos do Centrão – já produziu seus primeiros efeitos devastadores: depois de distribuir R$ 3 bilhões para eleger aliados às presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, protegendo-se de um eventual impeachment, aprova a desastrosa independência do Banco Central, com o que, os banqueiros, que ganharam, abusivamente, durante a pandemia do novo coronavírus, passarão a controlar, diretamente, a política financeira de qualquer governo que vier a ser eleito, inclusive um governo com tonalidade popular.
Trata-se de uma apunhalada certeira no coração na democracia, pela qual o próprio Presidente da República a ser eleito, passa a ter poderes limitados, deixando de ter o controle sobre a mais importante e poderosa das políticas: a financeira. Com esse controle, passa a determinar todo o restante da economia, as políticas de desenvolvimento industrial, agrícola, de emprego, de habitação, infraestrutura etc.
Os banqueiros assumem, finalmente, escandalosamente e vergonhosamente, o poder de fato do Brasil, sem intermediários, sem nem sequer a interferência de governo e instituições do Estado. O Bacen estará acima do Estado. Essa pauta da independência do Banco Central estava proposta há pelo menos 39 anos e só encontrou injustificável prioridade, justamente, durante a pandemia da Covid-19, quando o Brasil, em face da absoluta irresponsabilidade do governo Jair Bolsonaro, praticamente, não faz o enfrentamento possível e necessário ao Covid-19, que, em média, tem ceifado a vida de 1.200 brasileiros por dia, além de já somar mais de 238 mil mortos entre março de 2020 a fevereiro de 2021.
Exemplo desse descaso e desprezo pela vida é declaração do general Eduardo Pazuelo, ministro da Saúde, assegurando que somente em julho o Brasil terá metade do público-alvo vacinado. Segundo sanitaristas ouvidos pelo Jornal Brasil Popular, há risco desta peste se transformar em uma endemização, com o que permanecerá por largo tempo no País, em razão das medidas que NÃO FORAM ADOTADAS.
Mantida a média atual de falecimentos pela Covid-19, cerca de 1.200/dia, até julho, num cálculo simples, poderá haver o incremento de pelo menos mais 150 mil falecidos por Covid-19: uma matança absoluta e impune.
Diante disso, sendo a proteção mais efetiva a vacinação, e sendo o Brasil dependente da compra de vacinas do exterior, a prioridade da nação não é a independência do Banco Central, mas selar um Acordo Extraordinário com os países produtores de vacina, especialmente, Rússia e China, este último o maior parceiro comercial brasileiro, para que todos os recursos financeiros necessários sejam empregados para garantir a imunização do nosso povo, o mais urgente possível. Essa a prioridade!
É infame e criminoso o comportamento do governo Jair Bolsonaro em gastos com a politicagem parlamentar e com o enriquecimento de banqueiros e farras gastronômicas de setores do governo com dinheiro público. Todos os ex-presidentes da República devem se articular, juntamente com as instituições representativas, para que seja criado o clamor nacional que não deixe margem para que Bolsonaro se esquive desta obrigação de vida ou morte.
Há denúncias de que em Manaus já há sepultamentos nos quintais de residências…. Bolsonaro deve telefonar, imediatamente, para Putin e Xi Jin Ping para selar este acordo extraordinário, com os recursos da nação empregados nesta compra especial das vacinas. Também não há nenhuma justificativa decente e razoável para que a vacina Soberana de Cuba, já testada na terceira fase e em fase de produção industrial inicial, seja excluída destas compras. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve superar sua covardia e passividade e obrigar Bolsonaro a zelar pela saúde do povo, como manda a Constituição, obrigação de chefe de Estado e anular a entrega do Bacen aos banqueiros privados.