A partir de hoje, a Argentina não fará mais parte do denominado Grupo de Lima, uma aliança da direita regional, integrada por 14 países, neles incluídos Brasil, Colômbia, Paraguai e Chile. Após questionar suas últimas declarações e negar-se a firmar estes documentos, o Governo de Alberto Fernandez renunciou ao Grupo de Lima por considerar que as ações nele impulsionadas “não conduziram a nada” , ressaltando que tinham como objetivo “isolar o Governo da Venezuela e aos seus representantes.
Em declaração da Chancelaria, o governo portenho esclarece que desde a posse do presidente Fernandez a unica atitude tomada pelos argentinos neste fórum foi de progressivo distanciamento, culminando com a decisão de dele retirar-se. O documento da Chancelaria esclarece que o governo argentino “continuará sustentando seu compromisso com a estabilidade na região e encaminhar soluções pacíficas , democráticas e respeitosas ante a soberania e os assuntos internos de cada Estado.”
A decisão do governo peronista representa uma vitória para o Governo da Venezuela e uma fragorosa derrota de Washington, seja para o governo Obama, Trump ou agora mesmo para o Governo de Biden, que tem reiterado sua intenção de manter suas hostilidades contra a Revolução Bolivariana e já renovou seu apoio a Juan Guaidós, direitista inventado como auto-presidente pela Administração de Donald Trump, para desestabilizar o governo de Nicolás Maduro.
A decisão da Argentina também configura uma derrota para o governo Bolsonaro, grande impulsionador regional do Grupo de Lima, muito embora não tenha conseguido levar adiante a provocação armada pelo ex-Secretario de Estado dos EUA, Mike Ponpeo e, pelo Chanceler Ernesto Araujo, que viu frustrado seu pleno, pois foi impedido de fazer uso da palavra na plenária da Grupo de Lima, pelo próprio vice-presidente Hamilton Mourão, que, falando em nome do Brasil, disse que o País não iria apoiar nenhuma ação militar hostil contra a Venezuela”, como tramavam Pompeo e Araujo.
A tendência ao esvaziamento do Grupo de Lima, face a decisão do Presidente Alberto Fenandez, revela uma derrota política dos EUA e de suas articulações com governos direitistas vassalos da região, tendo em vista que, apesar de todas as sanções econômicas , a guerra monetária, as sabotagens que visam desorganizar o abastecimento interno e o nível de vida do povo venezuelano, aquele país vem realizando regularmente seu calendário eleitoral, com eleições periódicas acompanhadas pela comunidade internacional, confirmando aquilo que certa vez Lula dissera a Chávez sobre a Pátria de Bolívar : ” o problema da Venezuela é tem democracia em excesso”