A agência apresentou trechos de conversas e acabou agradando os russos
A conta oficial da vacina Sputnik V no Twitter celebrou na tarde desta quinta-feira (29) a coletiva de imprensa realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para rebater as acusações feitas pelos representantes do imunizante russo, desenvolvido pelo Centro Gamaleya. Segundo os russos, a Anvisa admitiu que não foram encontrados adenovírus replicantes, alegação que seria alvo de ação judicial.
“Em entrevista coletiva hoje, a Anvisa confirmou que não encontrou nenhum adenovírus replicante (RCA) na Sputnik V, mas se preocupou com o limite regulatório teórico russo para esse parâmetro. Em carta enviada à Anvisa em 26 de março, o Instituto Gamaleya confirma que os controles de qualidade garantem que nenhum RCA esteja presente na Sputnik V”, disse o perfil da vacina.
“Portanto, o RCA não foi detectado na Sputnik V por todos os controles de qualidade, o que corresponde aos padrões mais rígidos, incluindo FDA e outros. Que bom que a Anvisa está começando a esclarecer a confusão que criou”, completou.
Na coletiva, a Anvisa exibiu trechos de documentos que comprovariam a tese da Anvisa sobre os adenovírus e trechos de uma conversa com os russos que mostraria que o assunto foi devidamente tratado com os representantes do imunizante. Segundo a Sputnik, esses trechos reforçam a própria tese.
O gerente de medicamentos da agência, Gustavo Mendes, afirmou que os documentos enviados pelo Gamaleya mostram que “há presença do vírus replicante e há uma aceitação do limite de adenovírus replicante no produto acabado”. “Essa especificação é definida 300 vezes maior que o maior limite regulatório, que é o guia da FDA que trata de terapias gênicas. O esperado em vacinas é a ausência de vírus replicantes”, afirmou.
Reprodução da Revista Fórum. Por Lucas Rocha