O programa Tecendo o Amanhã entrevistou, nessa quinta-feira (13), Pedro Silva Barros, ex-diretor Econômico da Unasul, sobre a importância da Ponte do Abunã, sobre o rio Madeira, inaugurada na semana passada, com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Com 1,5 km de extensão, a obra é uma das maiores já erguidas pela engenharia na Amazônia e conecta o Acre ao sistema rodoviário brasileiro e permite o escoamento de produção das Regiões Norte e Centro-Oeste, principalmente de soja. Mas não somente isso. Ela aproxima o Brasil da Ásia. A ponte começou a ser construída em 2014 e, desde então, teve cerca de R$ 140 milhões gastos nas obras, após diversas paralisações na construção. A travessia por balsa podia chegar a até 3 horas, considerando o tempo de espera.
“Esse tem merece um olhar atento e especial porque, aparentemente é apenas uma inauguração de uma ponte, mas é muito mais do que isso. O Acre se torna, finalmente, ligado ao resto do Brasil pelas rodovias. E a ponte permite a aproximação do Acre, de Rondônia e da Região Centro-Oeste, grande produtora de cereais e carnes, de portos do Oceano Pacífico. Portanto, aproxima o Brasil dos mercados asiáticos”, observa o jornalista Beto Almeida, um dos apresentadores do programa, juntamente com o jornalista Moysés Corrêa.
Almeida destaca o fato de a China ser um dos grandes parceiros comerciais do Brasil, mas alerta para o fato de haver, na Ásia, outros interessados em estabelecer uma relação comercial com o Brasil. Pedro Silva Barros também destaca a importância da ponte e o fato de ela ser responsável por uma integração importante entre o extremo oeste do Brasil com o Pacífico. “Ela é o ponto final, o que faltava para uma conexão viária, rodoviária entre o Centro-Oeste e os Estados do Acre e Rondônia com o Pacífico. A estrada federal que chega à fronteira do Acre, que atravessa Rondônia, foi inaugurada ainda sem asfalto nos anos 1960, no governo JK. Até a semana passada, o cruzamento pelo rio Madeira era feito por balsa”.
Ele afirma que, além da economia de dinheiro, a ponte assegura economia de tempo porque a travessia de balsa dependia de tudo e, sobretudo, do tempo. Geralmente levava até 3 horas para atravessar um caminhão e, agora, isso pode ser feito em 2 minutos. A ponte vincula Rondônia e o resto do Brasil a outras pontes construídas nas décadas de 1990 e 2000, sobretudo durante os governos presidente Lula.
Confira, a seguir, a entrevista na TVC Rio no programa Tecendo o Amanhã.