A concentração do ato em favor da UFRJ foi no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), no centro da cidade. Os cortes ameaçam a universidade, uma das mais importantes do país, a fechar as portas no segundo semestre
Manifestantes protestaram nesta sexta-feira, 14, no Rio de Janeiro, contra o desmonte da UFRJ, que foi ameaçada com cortes orçamentários. O ato majoritariamente composto por estudantes denunciaram a política do governo Jair Bolsonaro contra as universidades públicas e ainda exigiram as verbas necessárias para o pagamento das contas básicas da instituição.
14 de Maio – Ato em defesa da UFRJ e da Universidade Publica – Largo do São Francisco, Rio de Janeiro. Fotos: @caioclimaco #UFRJ #universidadepublica #universidadeparatodos #fotografospelademocracia #FPD #forabolsonaro #ForaBolsonaroGenocida pic.twitter.com/5eoF1ESUVP
— FOTÓGRAFAS E FOTÓGRAFOS PELA DEMOCRACIA (@FotoDemocracia) May 14, 2021
14 de Maio – Ato em defesa da UFRJ e da Universidade Publica – Largo do São Francisco, Rio de Janeiro. Fotos: @caioclimaco #UFRJ #universidadepublica #universidadeparatodos #fotografospelademocracia #FPD #forabolsonaro #ForaBolsonaroGenocida pic.twitter.com/5eoF1ESUVP
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A concentração do ato em favor da UFRJ foi no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), no centro da cidade. O ato foi realizado pelo Fórum de Mobilização e Ação Solidária (Formas), que reúne o Sintufrj, a AdUFRJ, a APG/UFRJ, o DCE/UFRJ e a ATTUFRJ.
Todo meu apoio aos estudantes, docentes e funcionários da UFRJ que estão lutando bravamente contra todo o desmonte promovido pelo desgoverno #forabolsonaro e manter os campi funcionando. Hoje foi realizado o Ato dos estandartes da UFRJ contra os cortes de verbas. pic.twitter.com/vpxMSTVBqc
— Benedita da Silva (@dasilvabenedita) May 14, 2021
Os cortes ameaçam a universidade, uma das mais importantes do país, a fechar as portas no segundo semestre.
Em 2021, o orçamento aprovado pelo governo federal foi de R$ 299 milhões, mas apenas R$ 146,9 milhões foram liberados e outros R$ 152,2 milhões precisam de aprovação do Congresso Nacional para serem utilizados.
Na quinta-feira, 13, o governo federal liberou R$ 18,7 bilhões para a instituição, mas, mesmo assim, a previsão é de que, com esses recursos, a universidade só consiga funcionar até setembro.
E põe luta nisso! #ufrjresiste pic.twitter.com/Fuxvg9x2od
— UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES 🎓✊🏿 (@uneoficial) May 14, 2021
UFRJ RESISTEEE #UFRJnaRUA #VaiTerLuta #ContraOsCortes #EuDefendoAUFRJ pic.twitter.com/xJbFCJxyw6
— kessyy (@itssmehiiiiii) May 14, 2021
Diante dos cortes, podem ser interrompidos estudos e pesquisas sobre a Covid-19 desenvolvidos pela UFRJ, como o Covidímetro, o projeto de coleta de dados da doença, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) e a produção de nova vacina contra a Covid-19.
Em defesa da UFRJ e da Educação https://t.co/qQLMO4F0zz
— Jornalistas Livres (@J_LIVRES) May 14, 2021
Universidades federais denunciam que repasse de verbas do MEC caiu 37% nos últimos 11 anos
De acordo com dados Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), os orçamentos do MEC para o ensino superior em 2010 seria hoje o equivalente a R$ 7,1 bilhões e em 2021, com mais alunos e mais despesas e em outra conjuntura política e econômica, o orçamento destinado às universidades federais é de R$ 4,5 bilhões, 37% a menos em 11 anos.
Os cortes estão diretamente ligados às despesas com manutenção, água, luz, alimentação e programa de auxílio estudantil.
A análise não inclui os recursos para salários e aposentadorias, que são despesas de pagamento obrigatório, mas de acordo com a reportagem do portal G1, a falta de recursos pode levar à redução ou paralisação das atividades.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por exemplo, que na pandemia está desenvolvendo teste moleculares de detecção do coronavírus e atendendo pacientes no hospital universitário, teme paralisar as atividades. O orçamento discricionário da universidade caiu R$ 340 milhões em 10 anos: de R$ 639 milhões em 2011 para R$ 299 milhões em 2021.
Segundo o vice-reitor da UFRJ, Carlos Frederico Leão Rocha, o gasto mensal da universidade é de cerca de R$ 31 milhões e, com o orçamento que está sendo destinado, a universidade só conseguiria se manter até julho.
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) diz que a medida vai afetar mais de 28 mil estudantes já em maio, com cortes nas bolsas acadêmicas de R$ 400 para R$ 250 e suspensão por tempo indeterminado de auxílio saúde e de material didático.
A Universidade de Brasília (UnB) informou que o caixa de recursos para investimentos em 2021 está zerado.