Nova associação quer retomar produção do setor perdida para outros estados
A indústria (incluindo a extrativa) responde por quase 25% da economia do Estado do Rio de Janeiro. Mas a situação já foi melhor: o Rio perdeu quase 20% de seu parque industrial nos últimos cinco anos, com fechamento de mais de 3 mil fábricas (sendo 160 médias e grandes) e perda de 100 mil postos de trabalho. Se o estado atraísse uma média ou grande indústria por mês, levaria mais de 13 anos para recuperar seu parque fabril.
Pensando em mudar esse quadro e fortalecer a industrialização, surgiu a Rio Indústria (Associação de Indústrias do Rio de Janeiro), formada por um grupo de empresários que atuam no mercado há mais de 20 anos. A coluna conversou com Sérgio Duarte, empresário do setor alimentício, que lidera a entidade.
O fundador da indústria Chinezinho afirma que “o empresário fluminense é competente, mas não é competitivo”. Ele cita que, além do Custo Brasil, há o Custo RJ: o ICMS mais alto da Federação, o que leva a tarifas mais elevadas de energia, comunicações e combustíveis, para ficar em 3 exemplos. “A tributação sobrecarrega o setor: a indústria de transformação é taxada em 47%.”
Para Duarte, é preciso que o Rio entre na competição fiscal. Não fala em guerra fiscal; aliás, a palavra que prefere para definir a atuação da Rio Indústria é “harmonia”. Com essa estratégia, tem procurado os Poderes – com boa recepção – para superar entraves que afastam a produção industrial das terras fluminenses. As conversas visam a suplantar questões gerais – como custo de produção, segurança, burocracia – a questões específicas de setores.
Sérgio Duarte cita o exemplo da produção de embalagens: o plástico é produzido no Rio, vendido a US$ 1, transformado fora do estado e volta na forma acabada a US$ 5.
(*) Por Marcos De Oliveira do Monitor Mercantil