A Campanha #ForaBolsonaro, que reúne mais de 80 entidades e movimentos sociais e sindical, divulgou, nesta quinta-feira (26), uma nota à imprensa informando a mudança de local de realização do 27ª edição do Grito dos Excluídos, tradicional manifestação dos movimentos populares no Dia 7 de Setembro.
Este ano, em razão da manifestação ultrafascista, contra a independência do Brasil e contra a democracia, que os bolsonaristas vão realizar na Avenida Paulista, no 7/9, o Grito dos Excluídos foi transferido para o Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo, às 14h.
Com duras críticas ao governador João Doria, durante uma entrevista coletiva, realizada na tarde desta quinta, a Campanha #ForaBolsonaro informou que a mudança de local ocorre sob protestos porque a Avenida Paulista é o local tradicional da realização anual dessa manifestação.
Disse também que, embora a mudança de local tenha ocorrido sob protestos, ela visa a garantir o direito da sociedade de protestar contra o impopular Presidente da República e em defesa da vida. A organização do movimento diz esperar que governador não impeça a mobilização, o que seria inconstitucional.
“Esperamos que a Justiça não ouse impedir o nosso direito constitucional de realizar o ato no dia 7 de setembro, que é histórico e acontece há 26 anos em defesa da vida, da paz, da soberania e agora também pela saída do Bolsonaro”, explicou o coordenador nacional da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, que é um dos idealizadores da mobilização.
Em coletiva à imprensa, a coordenação reforçou que o governador tenta impedir a mobilização popular, apesar de estar agendada na mesma data a outra manifestação em apoio a Bolsonaro e a pautas autoritárias na avenida Paulista.
Governador contra o ato pela democracia
Raimundo Bonfim, da organização do movimento, disse, durante a coletiva, que a intenção de Doria em vetar o ato #ForaBolsonaro não tem fundamento legal e é uma evidente movimentação política.
“O governador não pode nem deve dizer em que dia deve acontecer a nossa manifestação. Ele deveria, isso sim, é proibir manifestação contrária às instituições democráticas e à Constituição. Além disso, é também atribuição do governo do estado garantir a segurança de todos participantes que estarão no Vale do Anhangabaú”, ressaltou.
Representante do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), Simone Magalhães definiu como autoritária a postura do governador: “A rua é do povo. As pessoas estão sem emprego, sem moradia, sem renda; enfim, não faltam razões para que a gente não saia das ruas.”
Ela destacou que a coordenação está atenta a todos os cuidados necessários no dia. “Vamos realizar nosso ato com segurança, distanciamento social e medidas de higiene para defender o tema central do Grito dos Excluídos deste ano, que é a defesa intransigente da vida”, disse.
Ato seguro em defesa do impeachment de Bolsonaro
Juliana Donato, integrante da Frente Povo Sem Medo, lembrou que a mobilização contra Bolsonaro, em parceria com o Grito dos Excluídos, é fundamental para consolidar a sequência de atos que ocorrem desde maio pelo País a favor do impeachment e em defesa da democracia.
A coordenação da Campanha #ForaBolsonaro e a do Grito dos Excluídos informaram que mantêm diálogo constante com o comando da Polícia Militar (PM) para garantir a segurança das pessoas que irão ao Vale do Anhangabaú.
“Haverá a formação de brigadas pela própria organização para que o ato ocorra de maneira tranquila e ordenada, de modo que a população possa ir às ruas reivindicar seus direitos e defender a democracia e a vida, além de protestar contra todo o retrocesso social e econômico provocado pelo Presidente”, disse.