O Brasil registrou 661 novas mortes pela covid-19 nesta quinta-feira (23). A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 534, um pouco acima dos 531 da véspera e com tendência de crescimento pelo segundo dia.
Nesta quinta-feira, o número de novas infecções notificadas foi de 25.348. No total, o Brasil tem 593.018 mortos e 21.307.960 casos da doença. Esses dados são do consórcio de veículos da imprensa neoliberal (Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL) em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde.
O balanço do dia, segundo informações desse consórcio, é divulgado sempre às 20h. Segundo os números do governo, 20,31 milhões de pessoas se recuperaram da covid-19 desde o início da pandemia no País. São Paulo teve 193 novas vítimas da covid-19 nas últimas 24 horas. O Rio de Janeiro foi o único Estado que também ultrapassou a barreira dos 100 óbitos no período, com 155. Rondônia e Amapá não notificaram mortes pela pandemia nesta quinta.
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde 8 de junho do ano passado, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.
Balanço do Ministério da Saúde/Conass
Nesta quinta-feira (23), o Brasil registrou, segundo o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (), 648 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, a soma de mortes chega, nesta quinta, a 592.964 vítimas em todo o País. Levantamento da Rede Brasil Atual (RBA) informa que o número torna o Brasil o segundo com mais mortes por covid-19 desde o início do surto, em março de 2020. Além disso, o Brasil é o país com mais óbitos registrados em 2021.
Também nesta quinta-feira (23), foram notificados 24.611 novos casos da infecção respiratória, totalizando 21.308.178 infectados. A média móvel de mortes está em 532 óbitos a cada um dos últimos sete dias. Neste período, a média de novos casos oficialmente registrados é de 34.166.
Fiocruz: casos aumentam, mas internações por covid-19 seguem em queda no Brasil
Nessa quarta-feira (22), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou seu relatório do Observatório Covid-19, no qual identificou tendência de queda sustentável nas internações por covid-19 no Brasil. Segundo levantamento da Rede Brasil Atual (RBA), “enquanto o número de novos casos segue direção oposta, consequência do fim das medidas de distanciamento social, as vacinas seguem comprovando sua alta efetividade. O levantamento da entidade vai de encontro a outro estudo,este do Instituto Butantan, que identificou queda de 88% nas mortes causadas pelo coronavírus entre idosos entre março e agosto deste ano”.
Segundo a RBA, a Fiocruz reforça seu posicionamento de que, apesar do cenário positivo das internações, não é adequado deixar medidas protetivas de lado. “Conforme temos repetido, apesar da melhoria dos indicadores, ainda é necessário cautela, mantendo-se o uso de máscaras e algumas medidas de distanciamento físico, como acelerar e ampliar a vacinação entre adultos que não se vacinaram ou não completaram o esquema vacinal, entre idosos que requerem a terceira dose e entre adolescentes. Neste contexto, o passaporte vacinal é uma política de proteção coletiva e estímulo à vacinação”, afirmam os cientistas.
O temor é que a livre circulação do vírus desenvolva uma mutação que possa anular os efeitos dos imunizantes, voltando a levar infectados a casos com sintomas graves da infecção.
Com exceção de Espírito Santo e Distrito Federal, onde se observou crescimento, entre 13 e 20 de agosto, o n´mero de hospitalizações continua apresentando sinais de queda ou estabilização no país. Segundo dados colhidos em 20 de setembro, nenhum estado está na chamada zona crítica, quando a taxa de ocupação de leitos supera 80%. A situação mais grave segue no Rio de Janeiro, com 75%. Entretanto, na semana anterior, o indicador estava em 82%. “O estado do Rio de Janeiro é a exceção, pois tem uma “quarta onda” em andamento, provavelmente associado à variante delta. Essa onda está menor, graças à vacinação”, afirma o pesquisador da Fiocruz Leonardo Bastos.
Vacinação
O Brasil tem apenas 40,91% de pessoas com esquema vacinal completo, com duas doses de vacinas ou imunizante de dose única. O indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para superação do surto é acima de 80%. Enquanto isso, tomaram a primeira dose 73,18% dos brasileiros. “Nesses pouco mais de oito meses de vacinação, a gente pode observar uma redução progressiva de internações em nossos hospitais, o que é exatamente igual ao que acontece no resto do país, no resto do mundo”, afirma médica infectologista do Instituto Butantan Ho Yeh Li. A especialista aponta que as vacinas chegaram como “um sopro de esperança”.
O diretor do Butantan, Dimas Covas, comemorou os bons resultados relacionados com a CoronaVac, vacina produzida pelo instituto. “As pessoas com mais de 70 anos, majoritariamente, mais de 80%, receberam a vacina do Butantan. Portanto, uma contribuição muito importante na redução de óbitos nessa população se deve à CoronaVac. Essa vacina é a que tem o maior número de pessoas analisadas em termos de eficiência, e essa eficiência é elevadíssima”, comenta.