Procedimento cirúrgico está previsto em portaria do Ministério da Saúde desde 2013; assistente social recorreu ao judiciário após ter a cirurgia negada em São Paulo
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou nesta semana que a prefeitura da capital e o governo estadual concedam a uma mulher trans o direito de realizar uma cirurgia de prótese de silicone nos seios. A assistente social Tiffany Euzébio faz hormonoterapia há sete anos e precisa do procedimento para melhorar sua auto percepção de gênero e bem estar.
Na decisão, o juiz Marcelo Stabel de Carvalho Hannoun sustenta que o município e o estado negaram o procedimento cirúrgico alegando que se trata de uma cirurgia eletiva, que não demanda urgência ou emergência.
“Não se trata de existência ou inexistência de urgência ou emergência no procedimento pretendido. É sobre a pretensão à concretização do direito fundamental assegurado na Portaria nº 2.803/2013 do Ministério da Saúde, mas que vem sendo sistematicamente negado à população destinatária vulnerável”, diz o magistrado.
Tiffany comemorou a decisão da justiça, mas lamenta precisar ter recorrido ao judiciário para conquistar seu direito. Ela lembra que outras mulheres trans não tiveram a mesma chance, como foi o caso da cabeleireira Lorena Muniz, que em fevereiro do ano passado viajou de Pernambuco para São Paulo para realizar o mesmo procedimento em uma clínica particular e morreu após ser abandonada pela equipe médica em um incêndio que atingiu o local.
“A cirurgia é uma forma de me adequar ao meu gênero. Eu faço tratamento há anos e tenho esse desconforto. Eu fiquei feliz com a decisão, mas ao mesmo tempo frustrada por ter que recorrer ao âmbito judiciário para conseguir um direito que está garantido na lei e é negado”, conta a assistente social, em entrevista à Alma Preta Jornalismo.
Portaria do Ministério da Saúde prevê o direito à cirurgia para pessoas transexuais
O procedimento cirúrgico que a prefeitura e o governo paulista negou à Tiffany está prevista em uma portaria de 2013 do Ministério da Saúde, que redefine e amplia o Processo Transexualizador no SUS.
De acordo com a defensora pública Camila Galvão Tourinho, a implementação da política pública de atendimento a pessoas trans é responsabilidade dos estados e municípios. O problema é que em São Paulo, por exemplo, falta vontade da administração pública em garantir o que determina a portaria.
“A Constituição Federal prevê que a responsabilidade pelo atendimento de saúde da população é, ao mesmo tempo, da União, Estados e Municípios. O que se observa é que há uma omissão dos entes da federação em implementar políticas públicas adequadas ao atendimento de saúde das pessoas trans e travestis”, explica.
A reportagem procurou as secretarias de Saúde do município e do estado de São Paulo para saber um posicionamento sobre a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. Até a publicação deste texto não houve resposta. Caso respondam, o texto será atualizado.
SEJA UM AMIGO DO JORNAL BRASIL POPULAR
O Jornal Brasil Popular apresenta fatos e acontecimentos da conjuntura brasileira a partir de uma visão baseada nos princípios éticos humanitários, defende as conquistas populares, a democracia, a justiça social, a soberania, o Estado nacional desenvolvido, proprietário de suas riquezas e distribuição de renda a sua população. Busca divulgar a notícia verdadeira, que fortalece a consciência nacional em torno de um projeto de nação independente e soberana. Você pode nos ajudar aqui:
• Banco do Brasil
Agência: 2901-7
Conta corrente: 41129-9
• BRB
Agência: 105
Conta corrente: 105-031566-6 e pelo
• PIX: 23.147.573.0001-48
Associação do Jornal Brasil Popular – CNPJ 23147573.0001-48
E pode seguir, curtir e compartilhar nossas redes aqui:
https://www.instagram.com/jornalbrasilpopular/
️ https://youtube.com/channel/UCc1mRmPhp-4zKKHEZlgrzMg
https://www.facebook.com/jbrasilpopular/
BRASIL POPULAR, um jornal que abraça grandes causas! Do tamanho do Brasil e do nosso povo!
Ajude a propagar as notícias certas => JORNAL BRASIL POPULAR
Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.