Mamãe Falei não é surpresa nenhuma pra quem o acompanha, mesmo de longe, há nove anos, quando o tal do MBL foi alçado à condição de personagem no debate político brasileiro.
Não por acaso, o grupo surgiu em meio à preparação de um golpe de Estado, que se consolidou em 2016. Foi em 2013, naquelas passeatas sem tema, que eu os encontrava, e ao seu discurso, disputando os rumos do movimento e do futuro do pretérito. Lograram em seu objetivo.
Contribuíram para a derrubada de uma presidenta eleita, sem crime de responsabilidade, e para a ascensão da escória da “política” brasileira ao poder, com Bolsonaro, a quem apoiaram, embora agora neguem. E tome retirada de direitos – parece demodê falar nisso né? Mas quão demodê é minha defesa de direitos de trabalhadores diante da ideia de que as mulheres (especialmente as mais vulneráveis) estão ali para servi-los?
A cara de Mamãe Falei, assim como de seus comparsas, sempre foi a de um elitismo sórdido, imundo, ódio de povo, reversão de avanços, misoginia, preconceitos inúmeros, e, pra dar algum caráter econômico à sua disputa de poder, liberalismo.
Mas, pense – como dizem no Nordeste que eles odeiam –, as redes sociais lhes deram a cara do “novo”.
Super novo. Aproveitar-se de mulheres vulneráveis. Nada mais inovador.
Sinal dos tempos né. O mesmo de sempre, gente rica, a massa cheirosa se juntando pra conquistar um efeito político que a beneficie! Ó!
Mas agora o moço esbanjou sua misoginia e seu desligamento em relação ao sofrimento do povo – do povo ucraniano, das mulheres ucranianas, do mesmo jeito que ele sempre desprezou o sofrimento do povo brasileiro e, particularmente, das mulheres brasileiras – num áudio de whatsapp que vazou. Mas esse sempre foi ele. Desculpa Giulia, fico feliz que você terminou com ele, mas esse sempre foi ele.
Esse rapaz de 35 anos, que nunca me enganou, e nunca enganou quem sempre esteve acordado (pra lembrar a insígnia que eles formularam em 2013), cometeu um deslize de fazer cair sua máscara. O deslize dele foi deixar cair a máscara. O que ele pensa, expresso em suas palavras, não foi deslize. É quem ele é. Como disse Luis Felipe Miguel, erro é pensar que a raiz quadrada de 81 é 8. O que ele fez não foi erro.
Sair do Brasil pra Ucrânia na companhia do amigo, especialista em “tour de blonde”, que tivemos o desprazer de conhecer graças ao seu áudio vazado.
Quem gosta do MBL gosta de que neles? Da parte golpista, da parte nascida em berço esplêndido, da parte elitista ou da parte misógina? Que projetos o deputado Arthur do Val apresentou na ALESP? E os seus amigos? Quem bens trouxeram os parlamentares eleitos pelo MBL até agora?
Que todos esses vermes que hoje habitam a política brasileira fantasiados de “não políticos” sejam desmascarados. Se esse for o legado, valeu a pena. Quero disputar com a direita projetos políticos, como já tive a alegria de fazer, sem saber que isso era alegria. Porque hoje a direita, representada no MBL e em tudo o que eles ajudaram a subir ao poder, é só ódio, preconceito, racismo, misoginia e um anacronismo apegado nos privilégios que, os deuses e deusas ajudarão, veremos cair. Um por um.
Caiu mais um Rei de Espadas.
Artigo publicado, originalmente, nas redes sociais da autora: Alessandra Terribili no Instagram: “Mamãe Falei não é surpresa nenhuma pra quem o acompanha. O MBL surgiu em meio à preparação de um golpe de Estado. Foi em 2013, naquelas…”
(*) Por Alessandra Terribili, jornalista, formada em Comunicação Social pela Universidade de São Paulo (USP), com mestrado em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Há 20 anos trabalha com jornalismo sindical e organizações populares.
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