Guerra acabou e Putin, depois das negociações de hoje, na Turquia, entre russos e ucranianos, intermediadas pelo presidente Erdogran, venceu, simples assim; a palavra final estará com a história desde já, conforme a realpolitik, não de acordo com avaliações moralistas, à esquerda, à direita ou ao centro etc – quanto a saber se se transcorreu uma guerra justa ou injusta no cenário da economia política capitalista, que se transforma quantitativa e qualitativamente no ritmo da luta de classes; o exército ucraniano financiado pela OTAN e EUA está sem gás, cercado e sem moral para seguir em pé; insistir é burrice; prá que então continuar o conflito do ponto de vista do vencedor russo? Só para se desgastar diante da mídia ocidental?
Dólar na lona
Putin sai da guerra vencedor, especialmente, ao impor ao dólar uma derrota histórica; desbancou sua condição de moeda hegemônica, que entra, impunemente, em todos os mercados, sem pedir lidença, estabelecendo valor de troca; pelo menos, não é o que passa a acontecer, se quiser entrar na Rússia de Putin; o líder russo disse que só vende para receber em rublo o seu petróleo, matérias primas etc; ou seja, Tio Sam tem que emitir seu dólar e com ele ir ao mercado fazer a conversão, adquirindo rubos; o dólar entra na Rússia só vestido de rublo; a moeda russa vira, portanto, valor de troca equivalente ao dólar, no final da guerra que EUA e Otan tentaram dobrar Putin, na mudança de regime, e não conseguiram.
Palavras escondem pensamento
O que Biden expressou como suposta gafe não foi gafe nenhuma; foi o que Freud disse, que as palavras servem para esconder o pensamento; foi, simplesmente, a verdade americana pensada relativamente à Russia, ou seja, o desejo não realizado de Tio Sam de mudar o regime nacionalista russo para submetê-lo ao imperialismo, como fez, relativamente, a todas as ex-repúblicas soviéticas depois da guerra fria; os assessores do imperador correram para interpretar sua frase verdadeira, dizendo que aquela expressão significou um repúdio moral; nada disso, Biden falou como se tivesse na condição de vencedor e não de vencido; correu para desmentir; segundo desastre em menos de dois anos; o primeiro, no Afeganistão; agora, na Ucrânia; acovardou-se, vergonhosamente, não teve peito de mandar os soldados americanos para lá bem como recuou o pedido dos ucranianos de protegeram o espaço aéreo do seu país; temeroso de que se fizesse isso, levaria míssel atômico na cabeça, o presidente americano enfia a viola no saco e segue, simplesmente, como incentivador de mais conflitos, para atender interesses das indústrias armamentistas americanas; vai conseguir?
Congresso obedecerá Biden?
O presidente prega ao Congresso americano liberação de mais armas para cercar Putin, mas os congressistas temem que se atenderem o desejo do imperador, o tiro poderá sair pela culatra, gerando consequências destruídora para o dólar; mais emissão de moeda para tentar manter guerra perdida sinalizará aos mercados aquilo que já parece ser voz corrente, isto é, estímulo à corrida à moeda americana, na rota de perda de credibilidade; na medida em que Biden precisa emitir dólar para comprar rublo, a fim de entrar no mercado russo, se tiver necessidade disso, a partir de agora, depois de mais uma guerra perdida, qual o recado que dá aos mercados financeiros? Simples, nem todos aceitam mais, de olho fechado, as verdinhas de Tio Sam; acabou o poder do dólar? Claro que não; simplesmente, o poder absoluto da América passa a possuir poder relativo; o unilateralismo desaba como castelo de cartas; Putin estabelece, na vitória, automaticamente, o poder multilateral, imposto pelas armas; realpolitik do urso.
Debacle da hegemonia monetária
O mundo, com rebaixamento do dólar da condição de poder hegemônico para poder relativo, como valor de troca, vira palco de cestas de moedas com poderes relativos ancorados em riquezas reais, não mais em riqueza fictícia; o dólar é moeda sem lastro, em descenso quanto mais a economia americana vai perdendo poder de fogo na área comercial, para a China, e na área militar, para a Rússia; nesse novo cenário, o rublo ganha maioridade e maior força, especialmente, quando se alia ao yuan chinês, nas relações de trocas; igualmente, a moeda árabe entra nesse novo conceito de cesta de moeda; os sheiks árabes trocam petróleo por yuan com Jiping e isso é o novo poder real construído ao largo do dólar, impotente para reverter tal situação; realpolitik é isso aí.
Adeus padrão-dólar
O lastro monetário não é mais o padrão-dólar, que vigora desde 1971, quando Nixon descolou o dólar do ouro e deixou a moeda americana flutuar, ao lado da ordem imperial para que todos os países rompessem seus controles internos ao livre trânsito da moeda de Tio Sam; esse tempo acabou; pelo menos Putin não deixa mais o dólar entrar na Rússia, se não estiver convertido em rublo; mesmo diante das sanções econômicas, o rublo passa a ser uma força, por conta da política não do poder econômico russo em si; poder nuclear e poder real das matérias primas, que viram moeda, eis o novo poder russo; essa lógica de novo poder monetário emergente, ancorado em poder real e não fictício, une duas potências, a chinesa, graças ao seu poder econômico e comercial, e a russa, graças ao seu poder militar; pode, em algum momento, além do acordo econômico e monetário entre as duas potências, pintar, também, acordo militar, bélico, espacial, nuclear?
O tigre de papel
Biden, semana passada, em seu fracassado giro europeu, lançou ameaças à China, para não seguir adiante nessa parceria Jiping-Putin, contrária aos interesses americanos; qual o resultado desse alerta de Biden: fragilizou ou fortaleceu o dólar? Os receios gerais, expressos na mídia internacional, são de previsões de perigosas corridas contra o dólar a ocorrerem nos próximos momentos; tudo está sendo contabilizado em termos de curtíssimo prazo; a instabilidade que tomou conta da moeda americana é o resultado da derrota de Biden para Putin; a realidade geopolítica ganhou velocidade do pensamento que domina mercado especulativo global. Sem saída, para fugir da impopularidade nos Estados Unidos, Biden promete cobrar 20% de IR sobre os superricos; caso contrário, vai perder feio nas eleições parlamentares americanas.
(*) César Fonseca é jornalista, atua no programa Tecendo o Amanhã, da TV Comunitária do Rio e edita o site Independência Sul Americana
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